Aproximadamente 15.000 pessoas se concentraram neste sábado (9) no centro de Madri para repudiar a anistia aos independentistas catalães e pedir a renúncia do presidente do governo, Pedro Sánchez, a quem consideram um perigo para a democracia.

Com bandeiras da Espanha e entoando slogans como "Sánchez renuncie", as pessoas se manifestaram na praça Cibeles, no centro histórico da capital espanhola, conforme constatou um repórter da AFP.

Uma grande faixa, com um desenho de Pedro Sánchez com um bigode de Hitler, dizia em inglês: "A Espanha não é mais uma democracia. Está começando a se tornar uma ditadura. SOS Europa".

Esta manifestação foi convocada após a aprovação na quinta-feira da lei de anistia pela Comissão de Justiça do Congresso dos Deputados, um passo prévio para sua previsível aprovação na próxima quinta-feira.

A lei para anistiar pessoas acusadas por sua participação na tentativa fracassada de secessão da Catalunha em 2017 foi a condição imposta pelos partidos separatistas para dar seu apoio indispensável ao socialista Pedro Sánchez, reeleito em novembro para um novo mandato de quatro anos.

A direita e a extrema direita, que participaram neste sábado do protesto convocado por organizações da sociedade civil, consideram que a lei é inconstitucional.

Ester Muñoz, deputada do Partido Popular (PP, direita), principal formação de oposição, criticou a "transação corrupta de trocar votos por impunidade" para os independentistas.

"Enquanto depender do Vox, não haverá trégua nem paz para este governo de malfeitores", afirmou por sua vez Santiago Abascal, líder dessa formação de extrema direita, terceira força no Congresso.

"A lei de anistia quebra a igualdade dos espanhóis, em troca dos votos" necessários para que Sánchez se mantenha no poder, estimou a advogada de 50 anos, Ana García, à AFP.

"A democracia está muito mal", porque "Sánchez não tem limites", advertiu.

A anistia tem sido o tema central da política espanhola desde as eleições legislativas de julho, que foram vencidas pela direita, mas sem conseguir os apoios para governar.

Sánchez conseguiu, desde 2018, graças aos votos de vários partidos regionais, incluindo os separatistas catalães.

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