O plenário do Parlamento Europeu aprovou, nesta quinta-feira (14), uma resolução não vinculativa pedindo que seja permitida a candidatura da opositora liberal María Corina Machado nas eleições presidenciais da Venezuela, previstas para 28 de julho.
A resolução solicita "à comunidade internacional que apoie o retorno à democracia na Venezuela, especialmente à luz das próximas eleições, nas quais a plena participação da líder da oposição ao regime, María Corina Machado, deve ser permitida".
Esta resolução não vinculativa foi aprovada por 497 votos a favor, 22 contra e 27 abstenções.
O texto pede a "libertação imediata e incondicional de todos os prisioneiros políticos e das pessoas detidas arbitrariamente", como a advogada Rocío San Miguel e o general Héctor Hernández da Costa.
O órgão eleitoral da Venezuela, alinhado com o governo, marcou as eleições presidenciais para uma data que coincide com o aniversário do falecido ex-presidente Hugo Chávez, na qual seu herdeiro político, Nicolás Maduro, buscará sua terceira reeleição consecutiva.
"A União Europeia não existe para nós", disse Maduro à imprensa oficial pouco antes de embarcar no avião presidencial nesta quinta-feira.
Machado, vista como a favorita para representar a oposição, foi impedida pela Controladoria de exercer cargos públicos por 15 anos, em uma sentença ratificada pelo Tribunal Supremo de Justiça, acusado de favorecer o chavismo com suas decisões.
A opositora de 56 anos, no entanto, continua em campanha eleitoral, apesar de não ter chances de se inscrever formalmente.
Várias pesquisas sugerem que, caso consiga participar das eleições, Machado derrotaria Maduro, mas sua inabilitação deixa o cenário marcado pela incerteza. Seu comitê de campanha insiste em sua candidatura, algo que o governo venezuelano descarta categoricamente.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que convidou a UE, o Centro Carter e um painel de especialistas da ONU, entre outros, a enviar missões de observação para as presidenciais.
Um funcionário europeu disse esta semana que a UE "está pronta" e considerará qualquer pedido formal de uma Missão de Observação Eleitoral das autoridades venezuelanas, dependendo da situação e das condições eleitorais.
No entanto, a proximidade das eleições dá à UE pouco mais de quatro meses para preparar e implantar suas equipes de observação eleitoral.
Outro ponto de discórdia são as sanções que a UE impôs a funcionários venezuelanos desde 2017. No final de 2023, essas sanções foram renovadas por um período de seis meses, em vez de um ano, até maio deste ano.
ahg/zm/mbj/cjc/am