Os Estados Unidos detiveram na fronteira com o México um colombiano com tatuagens do Clã do Golfo e "fotos de pessoas torturadas" em seu celular quando tentava entrar no país ilegalmente, informou a patrulha de fronteira nesta quarta-feira (20).

Em uma sessão recente no Senado, o diretor do FBI (polícia federal americana), Christopher Wray, reconheceu que existe "uma ampla gama de ameaças muito perigosas que emanam da fronteira" e que "indivíduos perigosos" entraram no país.

Na semana passada, a patrulha de fronteira afirmou que nos últimos cinco meses deteve mais de 200 membros de gangues.

Em uma postagem na rede social X, o chefe da patrulha de fronteira, Jason Owens, informou nesta quarta-feira que agentes de El Paso, no Texas, detiveram "um colombiano que tentava entrar no país ilegalmente".

Os agentes "encontraram fotos de pessoas torturadas em seu telefone. Ele também tinha tatuagens específicas que indicavam que pertencia a uma gangue [Clã do Golfo]", a principal quadrilha de narcotráfico da Colômbia, acrescentou.

Segundo dados oficiais, o Clã do Golfo trafica para o exterior cerca de 700 toneladas de cocaína por ano. Também estaria ligado ao garimpo ilegal e ao tráfico de migrantes na fronteira com o Panamá pela selva do Darién, apesar de seus líderes negarem.

Seu chefe máximo, conhecido como Otoniel, foi capturado em outubro de 2021 e extraditado para os Estados Unidos em maio do ano seguinte.

A migração ilegal é um tema central da campanha para as eleições presidenciais de novembro, principalmente para os republicanos, cujo candidato, o ex-presidente Donald Trump, intensificou sua retórica ao dizer que os migrantes "estão envenenando o sangue" dos Estados Unidos.

De outubro até o final de janeiro, a patrulha de fronteira americana interceptou migrantes ou solicitantes de asilo mais de 900 mil vezes, quando tentavam entrar no país pela fronteira com o México sem um visto.

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