Milhares de moradores de cinco bairros do Centro de São Paulo enfrentavam, nesta quarta-feira (20), o terceiro dia sem luz, em meio à onda de calor na região, onde foram registradas máximas históricas para o mês de março.
A concessionária Enel publicou na última segunda-feira nas redes sociais que um incidente na rede subterrânea que atende à região central havia causado uma interrupção no fornecimento de energia.
Cerca de 35 mil moradores, segundo estimativas do Ministério de Minas e Energia, além de lojas e hospitais, ficaram horas sem o serviço em bairros como Santa Cecília e Higienópolis. Parte deles continuava enfrentando o apagão nesta quarta-feira. Durante a tarde, a Enel afirmou que havia restabelecido o serviço para 97% dos afetados, segundo a imprensa local.
O sapateiro Amilcar Rodríguez, de Santa Cecília, não consegue trabalhar desde segunda-feira. “As máquinas não funcionam”, lamentou, enquanto aguardava o restabelecimento do serviço sentado na porta do local.
Perto dali, Lierson Mattenhauer, 37 de anos, dono de um bar, montou uma churrasqueira na rua, porque seu estabelecimento estava sem energia desde o começo da semana. As poucas luzes da rua Jaguaribe, a poucos minutos da Avenida Paulista, vinham de prédios e locais abastecidos por geradores.
Assim como outros centros urbanos do país, São Paulo enfrenta desde a semana passada uma onda de calor com temperaturas extremas e atípicas para março. A previsão é de que esse fenômeno irá se estender até amanhã.
O diretor da área de manutenção da Enel em São Paulo, Darcio Dias, atribuiu ontem a interrupção do serviço a uma obra da empresa de saneamento Sabesp, que negou responsabilidade.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) investigue o caso, levando em conta a repetição dos apagões na cidade.
str-mls/rsr/atm/lb/mvv