O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou nesta sexta-feira (22) temer que o naufrágio de um barco que transportava refugiados rohingyas na costa da Indonésia tenha deixado dezenas de mortos ou desaparecidos.
"Há um temor por aqueles, entre os 151 (refugiados), que ainda não foram resgatados e com o risco de que estas vidas tenham sido perdidas ou que estes (refugiados) estejam desaparecidos", declarou Babar Baloch, porta-voz do ACNUR na Indonésia.
"Esperemos que ainda estejam vivos em algum lugar, que sejam resgatados", acrescentou.
As equipes de emergência indonésias, que resgataram 75 sobreviventes após o naufrágio, que aconteceu a 30 km da costa, anunciaram nesta sexta-feira o fim dos trabalhos de resgate, que começaram na quarta-feira.
Segundo os sobreviventes, quase 150 rohingyas estavam na embarcação, mas não foi possível confirmar o número com fontes independentes.
Muhammad Fathur Rachman, funcionário da agência de busca e resgate de Aceh, no extremo oeste da ilha de Sumatra, disse que as operações foram concluídas na quinta-feira e que "todos os rohingyas que estavam a bordo da embarcação foram socorridos".
"Não recebemos nenhuma informação adicional sobre pessoas desaparecidas e não há uma lista de passageiros do barco", declarou Rachman, acrescentando que, segundo os seus cálculos, "o barco não conseguiria transportar 150 pessoas".
Em um comunicado conjunto, o ACNUR e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) se declararam "comovidas e profundamente preocupadas com a situação.
Na quinta-feira, equipes de emergência resgataram 69 refugiados que sobreviveram durante horas agarrados ao casco de um barco de pesca a 30 km da costa. O grupo incluía nove crianças, 18 mulheres e 42 homens.
Os refugiados, membros de uma minoria muçulmana perseguida em Mianmar, naufragaram duas vezes: a balsa de madeira na qual deixaram Bangladesh virou na quarta-feira; depois o pesqueiro resgatou o grupo virou devido à sobrecarga.
Os primeiros seis refugiados foram resgatados na quarta-feira por pescadores.
Milhares de rohingyas arriscam a vida a cada ano em travessias marítimas muito perigosas para tentar chegar à Indonésia ou Malásia.
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