O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, formaliza nesta segunda-feira (25) a sua candidatura à reeleição perante a autoridade eleitoral do país, acusado de servir o chavismo e de montar um cerco para impedir a nomeação da coalizão de oposição liderada por María Corina Machado.
Maduro aspira a um terceiro mandato na eleições marcadas para 28 de julho, o que estenderia a sua gestão a 18 anos no poder, quatro a mais que o seu antecessor Hugo Chávez tinha quando morreu em 2013.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de situação, fez um apelo aos seus membros para acompanharem o presidente até o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Espera-se um grande esquema de segurança para a chegada do mandatário, com veículos anti-motim posicionados do lado de fora da sede no centro de Caracas.
"Aqui há apenas um destino: a vitória popular (...), façam o que façam, digam o que digam, não conseguiram e nunca serão capazes de nos derrotar", disse Maduro após ser nomeado candidato pelo PSUV na semana passada.
O prazo para inscrição de candidatos termina em algumas horas.
Do lado da oposição, Machado venceu as primárias da coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) em outubro do ano passado, mas uma inabilitação política por 15 anos a impede de concorrer. O governo a acusa de corrupção e de defender uma invasão externa, o que ela nega.
A solução foi nomear a filósofa e professora universitária Corina Yoris, de 80 anos, em seu lugar. Machado, entretanto, afirma que continuará "viajando pela Venezuela, levando força e esperança a todos os cantos do país" durante a campanha.
Mas até domingo à noite, o PUD não conseguiu registrar a inscrição de Yoris. Tampouco o partido Un Nuevo Tiempo (UNT), do governador do estado produtor de petróleo Zulia, Manuel Rosales, que foi candidato presidencial em 2006.
- Acesso bloqueado -
O grande problema enfrentado pela oposição é o de não ter recebido os códigos para acessar a página do CNE e inserir a candidatura de seus candidatos. Tal impasse levou o PUD a enviar uma carta ao órgão no domingo para solicitar "uma prorrogação de três dias no prazo para designar candidatos".
Caso este partido consiga inscrever um candidato, o sistema emitirá um relatório para ser apresentado à CNE. O conselho de administração do órgão eleitoral então autoriza ou rejeita a candidatura, que também pode ser contestada por terceiros.
Desde quinta-feira (21), já se inscreveram nove candidatos que se apresentam como opositores, mas são considerados colaboradores do governo.
Outras 12 organizações da aliança de Maduro também o nomearam.
A lista final de candidatos só estará disponível no final de abril.
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