O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, pediu uma reunião de cúpula com o líder norte-coreano Kim Jong Un, afirmou nesta segunda-feira (25) a influente irmã de Kim, que considerou improvável tal encontro sem uma mudança de política de Tóquio.
"Kishida recentemente manifestou sua intenção de ter uma reunião com o Presidente da Comissão de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia o mais rápido possível", afirmou Kim Yo Jong em um comunicado divulgado pela agência estatal norte-coreana KCNA.
Kishida afirmou nesta segunda-feira no Parlamento que "é importante ter conversas de alto escalão (com Pyongyang) para solucionar temas importantes, como o dos sequestros. É por isso que fizemos várias abordagens à Coreia do Norte a um nível diretamente sob o meu controle".
O chefe de Governo do Japão expressou no ano passado o desejo de ter um encontro "sem quaisquer condições" com o líder norte-coreano para resolver as divergências, incluindo a questão do sequestro de japoneses por agentes norte-coreanos.
Pyongyang admitiu em 2002 que enviou agentes para sequestrar 13 japoneses nos anos 1970 e 1980, com o objetivo de treinar seus espiões na língua e nos costumes japoneses.
O tema é delicado no Japão, onde muitos acreditam que o número de vítimas de sequestros por agentes norte-coreanos é maior.
A tensão entre Tóquio e Pyongyang aumentou recentemente devido ao programa de armas nucleares da Coreia do Norte.
Kim Yo Jong, uma das principais figuras do regime norte-coreano, sugeriu em fevereiro a possibilidade de convidar Kishida para uma visita à Coreia do Norte.
Mas nesta segunda-feira, ela destacou que "a decisão política do Japão é o mais importante para abrir um novo capítulo na relação Coreia do Norte-Japão".
Horas antes de divulgar as declarações de Kim Yo Jong, a KCNA informou que Kim havia inspecionado uma unidade de tanques que invadiu Seul durante a Guerra da Coreia.
Kim Jong Un visitou a 105ª Divisão de Tanques da Guarda Seul Ryu Kyong Su no domingo, revelou a agência oficial KCNA, que divulgou imagens do líder aparentemente revisando os planos de um ataque sul-coreano.
"A divisão (...) foi a primeira a entrar em Seul e hastear a bandeira da RPDC (Coreia do Norte) em um edifício da capital fantoche", afirmou a KCNA.
A Guerra da Coreia de 1950-1953 terminou com um armistício, não com um acordo de paz, o que significa que, tecnicamente, os países prosseguem em guerra.
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