Os partidos da oposição grega acusaram o governo neste domingo (24) de manipular provas para influenciar a opinião sobre a pior tragédia ferroviária do país, prometendo apresentar uma moção de censura.
Os três principais partidos de centro-esquerda e esquerda citaram o relatório de um jornal e afirmaram que o governo "forneceu" a veículos de comunicação afins gravações editadas da equipe do trem, com a intenção de reforçar a versão de que uma colisão que matou 57 pessoas em fevereiro de 2023 foi devido a um erro humano.
"Só há um caminho: uma moção de censura", disse o líder do partido socialista Pasok, Nikos Androulakis, em comunicado.
O principal partido da oposição, Syriza, pediu a renúncia do primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, e o pequeno partido Nova Esquerda indicou que apoiaria a moção de censura.
Em 28 de fevereiro de 2023, antes da meia-noite, um trem com 350 passageiros a bordo, que viajava de Atenas para Tessalônica, colidiu frontalmente com um comboio de mercadorias.
O veículo To Vima afirmou neste domingo (24) que as gravações vazadas da equipe do trem na noite do acidente, reproduzidas pela mídia naquela época, foram editadas para sugerir que a culpa foi exclusivamente de um erro humano.
Especificamente, em um dos trechos, ouvia-se o chefe da estação dando o sinal verde a um maquinista anônimo.
No domingo, o To Vima disse que este último era maquinista de um trem anterior, não envolvido no acidente, mas que seu nome foi eliminado de propósito.
Neste domingo, o governo descreveu o relatório como "infundado" e mostrou-se tranquilo em relação à moção de censura no Parlamento, onde possui maioria absoluta.
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