O governo da China afirmou nesta quinta-feira (14) que adotará "todas as medidas necessárias" para proteger os interesses de suas empresas no exterior, depois que a Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para obrigar o TikTok a cortar relações com o grupo proprietário chinês para evitar uma proibição no país.

"Os Estados Unidos deveriam respeitar os princípios da economia de mercado e concorrência justa, (e) parar de reprimir injustamente as empresas estrangeiras", declarou He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio da China. 

O porta-voz acrescentou que Pequim "tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente seus direitos e interesses legítimos".

Washington também deveria "proporcionar um ambiente aberto, equitativo, justo e não discriminatório para que as empresas estrangeiras invistam e atuem nos Estados Unidos", completou.

O TikTok está no alvo das autoridades americanas há vários meses, entre acusações de que esta rede social permite que o governo chinês espione e manipule os 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, o que a empresa nega categoricamente.

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira um projeto de lei que obriga o Tiktok a desvincular-se de sua matriz na China, a empresa ByteDance. Caso não siga a determinação, a aplicativo de compartilhamento de vídeos será proibido na maior economia do planeta.

A iniciativa ainda precisa passar pelo Senado, onde deve enfrentar mais resistência que na Câmara, pois alguns congressistas questionam uma medida que consideram muito drástica.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, afirmou que "o projeto de lei aprovado (na Câmara de Representantes) coloca os Estados Unidos no lado oposto dos princípios da livre concorrência e das regras internacionais de economia e comércio".

"Quando alguém vê algo de bom que outra pessoa tem e tenta tomar para si, isso é uma lógica de bandido", acrescentou Wang.

O CEO do TikTok pediu aos usuários do aplicativo nos Estados Unidos que protestem contra a medida aprovada na Câmara de Representantes.

"Nós acreditamos que podemos superar isso juntos... Protejam seus direitos constitucionais. Façam com que suas vozes sejam ouvidas", afirmou Shou Zi Chew em uma mensagem de vídeo postada na rede social X.

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