Um tribunal britânico determinou, nesta quinta-feira (14), que o cientista da computação australiano Craig Wright, que reivindica a invenção do bitcoin, não é o seu criador, no final de um julgamento por uma denúncia que o acusa de ser um impostor. 

Há evidências "contundentes" que indicam que Wright "não é a pessoa que criou o sistema bitcoin", nem "o autor das versões iniciais do programa bitcoin", declarou o juiz James Mellor no final do julgamento, acrescentando que forneceria mais informações em breve sobre a decisão. 

O cientista da computação de 53 anos "não é o autor do 'livro branco' do Bitcoin", um texto que detalha os princípios fundadores desta criptomoeda, nem é a pessoa que agiu "sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto [o enigmático programador conhecido por ser o pai do bitcoin] durante o período entre 2008 e 2011", acrescentou o juiz.

Durante quase um mês e meio, o Supremo Tribunal de Justiça britânico examinou as declarações de Wright, a quem os seus detratores chamam de "Faketoshi" ("falso Satoshi") e que reivindica os direitos autorais deste "livro branco" fundador, assim como o código desta criptomoeda. 

"Wright não conseguiu produzir um único documento verificável e confiável para sustentar" essas alegações, disse na terça-feira Jonathan Hough, advogado da Crypto Open Patent Alliance (COPA), uma organização sem fins lucrativos criada para manter a tecnologia da criptomoeda livre de patentes. 

Esta organização reúne pesos-pesados do setor, como a plataforma Coinbase e a empresa Block, especializada em pagamentos digitais. 

Após a decisão, a COPA pedirá ao Ministério Público britânico que considere ações criminais por "perjúrio e obstrução da Justiça", afirmou a associação nas suas alegações finais por escrito, às quais a AFP teve acesso.

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