A polícia espanhola anunciou, nesta quinta-feira (14), a prisão em Barcelona de um importante membro e irmão do líder da gangue Tren de Aragua, que registrou durante os últimos anos uma rápida expansão pelo continente americano.
O preso, sobre quem pesava uma ordem de prisão internacional emitida pelas autoridades venezuelanas, era procurado por "sua suposta participação em crimes de terrorismo, tráfico de seres humanos, tráfico de armas, extorsão, lavagem de capitais e associação criminosa", informou a Polícia Nacional espanhola em um comunicado.
O homem tinha "uma posição de destaque na estrutura da organização" e "é irmão de seu líder a nível mundial", acrescenta o comunicado policial, que não revela seu nome, completando que ele estava na lista vermelha da Interpol.
Perguntada pela AFP, a Polícia Nacional não revelou sua identidade, mas meios venezuelanos o identificaram como Jason Robert Guerrero Flores, irmão do líder mundial da gangue, Héctor Guerrero Flores, conhecido como "Niño Guerrero".
O suspeito foi localizado em Barcelona por uma unidade da Polícia Nacional criada especificamente para investigar a possível implantação na Espanha da organização Tren de Aragua, uma gangue que "teve sua gênese no sindicato de operários que trabalhavam na construção de um trecho da Ferrovia da Venezuela", daí seu nome, explica o comunicado.
Trata-se de uma estrutura criminosa de tipo transnacional, que se dedica a crimes como assassinatos, extorsões, tráfico de armas e de drogas, explicou a polícia espanhola.
O Ministério Público chileno responsabilizou essa gangue pelo assassinato, no Chile, do militar venezuelano aposentado Ronald Ojeda, dissidente do governo de Nicolás Maduro na Venezuela e que vivia como refugiado no país sul-americano.
Ojeda foi sequestrado em 21 de fevereiro, assassinado e seu corpo encontrado dias depois dentro de uma mala que havia sido enterrada.
O preso já compareceu ante um juiz da Audiência Nacional - a instância espanhola que investiga os crimes mais graves -, que determinou "sua entrada na prisão para sua extradição", segundo a Polícia Nacional.
Desde 2018, o Tren de Arágua tem se expandido rapidamente pelo continente americano, introduzindo-se no tráfico de migrantes em áreas fronteiriças de vários países, explicou a polícia espanhola, denunciando sua entrada na "Colômbia, Peru, Chile e em outros países".
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