O filho mais velho do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse, nesta quinta-feira (14), que foi "pressionado" pelo Ministério Público para testemunhar contra seu pai, em uma investigação sobre o possível financiamento da campanha presidencial com dinheiro do narcotráfico.
"Fui pressionado a depor contra meu pai [...], o promotor Mario Burgos me disse que, em troca, não pediria minha prisão preventiva em regime fechado, mas uma detenção domiciliar e que, assim, eu poderia ver meu filho nascer", disse Nicolás Petro Burgos em um vídeo difundido nas redes sociais.
Denunciado e levado a julgamento por lavagem de dinheiro, o filho mais velho do mandatário compareceu nesta quinta perante a Comissão de Acusações da Câmara Baixa do Congresso, que investiga seu pai por esse caso. O Legislativo pode iniciar um processo de impeachment e destituir o presidente se o Senado assim decidir.
"Os envolvidos em minha detenção arbitrária semearam discórdia para me colocarem contra meu próprio pai. Aí entendi que tudo isso se trata de uma questão mais política do que jurídica", acrescentou Petro Burgos no vídeo.
O filho do presidente foi levado a julgamento em janeiro pelo promotor Mario Burgos na cidade de Barranquilla (norte), acusado de receber grandes somas de dinheiro do narcotráfico quando exercia a função de delegado da campanha presidencial de seu pai na região do Caribe.
Em julho de 2023, Nicolás Petro foi detido, mas, um mês depois, recebeu permissão para se defender em liberdade condicional.
Segundo o Ministério Público, o narcotraficante Samuel Santander Lopesierra deu a Petro Burgos o equivalente a 102.000 dólares, assim como Alfonso "El turco" Hilsaca, um negociante acusado no passado pelo MP de financiar grupos paramilitares e planejar homicídios.
Uma parte do dinheiro teria entrado na campanha presidencial de 2022 e o restante foi utilizado por Nicolás Petro para aproveitar uma vida de luxo, segundo a acusação. O presidente nega ter usado esse dinheiro para chegar ao poder.
Nicolás Petro já havia retificado seu depoimento inicial ao MP e nega que o mandatário tivesse conhecimento da entrada desse dinheiro na campanha.
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