Quatro pessoas foram detidas na Colômbia, incluindo dois policiais, acusados de fazer parte de uma estrutura que controlava 80% do contrabando no país a partir dos seus principais portos, informaram as autoridades nesta sexta-feira (15).
"Realizamos a maior operação contra o contrabando da história da Colômbia", escreveu o presidente Gustavo Petro em sua conta na rede X, antigo Twitter.
As detenções foram realizadas em Bogotá (centro), Bucaramanga (norte) e Cali (sudoeste) em cooperação "com agências internacionais como a DEA (EUA) e com polícias internacionais como a Europol", disse o diretor da polícia, general William Salamanca, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
O detido de mais alto escalão da organização é Ricardo Orozco Baeza, conhecido como "O abençoado", descrito pelas autoridades como "o czar do contrabando" em Buenaventura, o principal porto da Colômbia no Pacífico.
Orozco foi designado número dois de uma organização dirigida por Diego Marín Buitrago, conhecido como "Pitufo" e "maior contrabandista do país" pela procuradora-geral responsável, Martha Mancera. Segundo o presidente Petro, "ele seria o responsável pela entrada de 80% do contrabando" na Colômbia.
A organização operava nos portos de Buenaventura (oeste), Cartagena e Santa Marta (norte), em cumplicidade com as autoridades locais.
Entre os detidos estão dois policiais: o coronel Alexander Galeano e o major Mario Sarmiento.
Orozco "recrutou agentes policiais para poder cumprir a sua função, que era trazer as mercadorias sem o pagamento correspondente ao Estado colombiano", disse Mancera, um prejuízo que as autoridades estimam em cerca de 20 milhões de dólares anuais (quase 100 milhões de reais).
Por sua vez, o coronel Galeano "cooptou outros funcionários para (...) repassar os carregamentos", enquanto um quarto detido, José Alzate Moncay, ficou encarregado da "intermediação de logística" da cadeia da pirataria, acrescentou a procuradora.
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