Peter Navarro, ex-assessor comercial de Donald Trump na Casa Branca, foi preso nesta terça-feira (19) em Miami (Flórida) por se recusar a testemunhar perante o painel do Congresso que investigou o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, segundo comprovou um jornalista da AFP. 

Na segunda-feira, o presidente da Suprema Corte, John Roberts, negou um último recurso de urgência apresentado pelo réu para evitar a detenção.

Navarro, de 74 anos, foi condenado em janeiro a quatro meses de prisão por duas acusações de desacato ao Congresso. O ex-assessor recusou-se a fornecer testemunhos e documentos aos profissionais que investigam a tentativa de Trump de alterar os resultados das eleições de 2020.

"Cada pessoa que me levou até aquela prisão é um maldito democrata e odeia Trump", disse Navarro aos repórteres antes de entrar na unidade prisional. 

"Entrarei lá com orgulho e cumprirei minha pena", acrescentou, dizendo que tirará forças do fato de que Trump foi nomeado para as eleições presidenciais de novembro.

O economista formado em Harvard será o primeiro assessor de Trump a passar algum tempo atrás das grades por ações decorrentes do caso das últimas eleições.

Ele é, entretanto, o segundo aliado próximo ao ex-presidente a ser condenado por desacato ao Congresso ao desafiar as intimações do comitê da Câmara dos Representantes. 

Steve Bannon, um dos mentores da campanha presidencial de Trump em 2016 e da sua vitória, foi considerado culpado da mesma acusação que Navarro e condenado a quatro meses de prisão. Mas permanece em liberdade enquanto aguarda um recurso.

O julgamento do magnata republicano por conspiração para anular o resultado das últimas eleições estava previso para 4 de março, mas o caso foi suspenso, à espera de que a Suprema Corte estude o argumento de Trump de que tinha imunidade penal enquanto ex-presidente. 

O mais alto tribunal federal dos Estados Unidos abordará o assunto em 25 de abril.

A Câmara dos Representantes abriu um processo de impeachment contra Trump pelos tumultos de seus apoiadores no Capitólio, mas ele foi absolvido pelo Senado.

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