O Canadá vai interromper o envio de armas a Israel, afirmou na terça-feira uma fonte governamental à AFP, antes de explicar que Otava só exporta produtos "não letais" para o país desde o início da guerra contra o grupo islamista Hamas em Gaza.
"Estamos numa situação na qual a realidade no local não nos permite mais exportar armas", declarou a fonte.
As licenças de venda de armas concedidas pelo Canadá desde o início do conflito entre Israel e Hamas, há cinco meses, envolvem apenas a exportação de material não letal, acrescentou a fonte, antes de explicar que desde janeiro nenhum produto foi enviado.
As armas "não letais" incluíam "equipamentos de comunicação", acrescentou.
A ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly, declarou ao jornal Toronto Star que o país também vai pausar futuras exportações de armas a Israel.
O chefe da diplomacia israelense, Israel Katz, criticou a decisão, que para ele "mina o direito de Israel de defender-se dos terroristas do Hamas".
"A história julgará a ação do Canadá", escreveu na rede social X.
Israel é um dos principais destinatários das exportações de armas canadenses, com 15 milhões de dólares (75 milhões de reais) em equipamento militar enviados para Israel em 2022, segundo a Rádio Canadá.
O país está entre os 10 principais destinatários das armas exportadas pelo Canadá.
Em março, um grupo de advogados e canadenses de origem palestina apresentou uma ação judicial contra o governo para suspender as exportações de armas para Israel, alegando que Otava estava violando tanto a legislação nacional como a internacional.
Na segunda-feira, o Parlamento canadense aprovou uma resolução não vinculante com o pedido para que a comunidade internacional trabalhe por uma solução de dois Estados entre Israel e os palestinos.
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