Os corpos de oito migrantes chineses, mortos em um acidente com a embarcação em que viajavam foram encontrados na sexta-feira em uma praia do estado mexicano de Oaxaca (sul), informou, neste sábado (30), o Ministério Público regional.

"Trata-se de pessoas originárias da China, sete mulheres e um homem (...) em situação de migração", reportou a instituição em um comunicado.

As vítimas estavam a bordo de uma embarcação pilotada por um mexicano que partiu em 28 de março de Tapachula, Chiapas, na fronteira com a Guatemala, acrescentou o MP.

O barco "virou" um dia depois, deixando à deriva no mar os oito mortos, juntamente com o mexicano que os guiava e um sobrevivente, continuou o comunicado.

O MP não deu detalhes sobre o estado de saúde ou o paradeiro do mexicano.

Os corpos dos migrantes apareceram na Praia Vicente, no município de San Francisco del Mar, no Istmo de Tehuantepec.

Autoridades mexicanas e diplomáticas da China trabalham na identificação das vítimas, concluiu a nota.

O Istmo de Tehuantepec é uma das rotas usadas pelos migrantes que querem chegar aos Estados Unidos.

- Migração asiática -

Milhares de migrantes cruzam o México anualmente tentando chegar ao território americano, fugindo da violência e da pobreza em seus países, em sua maioria vindos da América Central.

Mas a migração de pessoas de outras regiões também é constante.

Segundo dados oficiais, "os estrangeiros em situação irregular também vêm da Ásia e da África. Entre janeiro e agosto de 2023 entrou no país população de China, Índia, Senegal, Mauritânia e Uzbequistão".

O aumento no fluxo de migrantes tem saturado as instalações migratórias mexicanas e os abrigos nas cidades fronteiriças do país.

A tragédia em Oaxaca ocorre depois de uma corte dos Estados Unidos determinar a suspensão de uma lei do Texas, apoiada pelos republicanos, que permite à polícia estadual deter e expulsar os migrantes que cruzarem ilegalmente a fronteira a partir do México.

Os migrantes sem documentos sofrem assaltos, sequestros e outros crimes de parte de criminosos quando atravessam o país, e também acidentes rodoviários fatais, ao serem trasladados por traficantes de seres humanos.

No fim de dezembro, 26 venezuelanos e seis hondurenhos foram sequestrados no estado de Tamaulipas (nordeste) com o propósito de extorquir seus familiares, mas eles foram libertados quatro dias depois.

Além de serem alvo do crime organizado, os estrangeiros sem documentos também costumam sofrer no México violações de seus direitos quando estão em poder das autoridades migratórias.

Um dos episódios mais trágicos foi registrado em 27 de março de 2023, quando 40 pessoas, a maioria venezuelanos, morreram em um incêndio nas dependências de uma estação migratória em Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos.

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