A União Europeia anunciou, nesta quarta-feira (3), o início de investigações contra duas empresas e fabricantes de painéis solares de propriedade chinesa, por suspeita de receberem subsídios que não são permitidos na disputa por contratos públicos. 

Essas investigações são realizadas em meio às novas regras que entraram em vigor em julho do ano passado na UE e que buscam evitar que os subsídios estrangeiros distorçam a concorrência. 

As investigações incidirão sobre dois consórcios, um dos quais inclui o grupo Enevo na Romênia e o outro uma subsidiária alemã da empresa matriz chinesa Longi Green Energy Technology. 

Longi é o maior fabricante de painéis solares do mundo.

"A Comissão Europeia avaliará se os operadores econômicos afetados se beneficiaram de uma vantagem injusta para ganhar contratos públicos na UE", afirmou o braço Executivo da UE em comunicado.

Os dois consórcios agora sob investigação apresentaram a sua candidatura para projetar, construir e operar um parque fotovoltaico na Romênia com uma capacidade instalada de 110 megawatts, parcialmente financiado com fundos europeus. 

A Europa depende fortemente de painéis solares estrangeiros. Mais de 97% dos painéis na Europa são importados, principalmente da China, disse em fevereiro a comissária de Serviços Financeiros da UE, Mairead McGuinness. 

A responsável denunciou na ocasião um excesso de oferta global e um aumento das importações na UE a partir de 2023.

Os subsídios estatais chineses já estão na mira da UE e as controvérsias sobre os painéis solares não são novidade para o bloco europeu. 

Em setembro do ano passado, a UE lançou uma investigação sobre os subsídios chineses para carros elétricos. 

Em 2013, a UE impôs direitos antidumping depois de os fabricantes europeus alegarem que as importações de painéis chineses a preço baixo forçava-os a fechar.

No entanto, essas restrições foram removidas cinco anos depois.

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