O Equador classificou de "ilegal" o asilo concedido, nesta sexta-feira (5), pelo México ao ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que está refugiado desde dezembro na embaixada desse país em Quito, evitando um mandado de prisão por suspeita de corrupção.

"A concessão de asilo diplomático, neste caso, constitui um ato ilegal do Estado que o concede, apoia a evasão da Justiça do Estado equatoriano e promove a impunidade", assinalou a chancelaria em um comunicado.

A pasta enfatizou que, "para o Equador, resulta juridicamente evidente que a concessão de asilo não é lícita".

Essa decisão tensionou as relações bilaterais, após a decisão de Quito de quinta-feira de expulsar a embaixadora mexicana Raquel Serur ao declará-la "persona non grata" por comentários do presidente Andrés Manuel López Obrador sobre a violência política no Equador.

"Consequentemente, o Equador reitera que não concederá salvo-conduto algum [para que Glas saia do país], já que não procede", expressou a chancelaria.

Quito alega que, segundo as convenções internacionais, "não é lícito conceder asilo a pessoas condenadas ou processadas por crimes comuns e por tribunais ordinários competentes".

Quanto à expulsão de Serur, a pasta indicou que o Equador "oferece todas as garantias" à diplomata "até sua saída do país", bem como "proteção" ao pessoal da embaixada mexicana.

A chanceler equatoriana, Gabriela Sommerfeld, disse hoje à rádio local FM Mundo que Serur "deve deixar o país em 72 horas" que estão contando desde as 17h locais (19h em Brasília) de quinta-feira e que "não há ruptura [de relações] entre os dois Estados".

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