
Vírus da hepatite mata 3.500 pessoas por dia
O vírus da hepatite é o segundo patógeno mais letal, atrás do bacilo que provoca a tuberculose
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Siga noMais de 3.500 pessoas morrem a cada dia no planeta devido ao vírus da hepatite, um número que está aumentando, alertou nesta terça-feira (9/4) a Organização Mundial da Saúde (OMS), que pediu a adoção de "medidas rápidas".
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"É uma tendência alarmante", afirmou em uma entrevista coletiva Meg Doherty, diretora da divisão responsável pelos programas globais da OMS de combate à aids, hepatite e às doenças infecciosas sexualmente transmissíveis.
O documento indica que 3.500 mortes são registradas diariamente por infecções de hepatite, 83% por hepatite B e 17% por hepatite C.
As estimativas atualizadas da OMS apontam que 254 milhões de pessoas tinham hepatite B em 2022 e 50 milhões tinham hepatite C.
E existem medicamentos genéricos baratos e eficazes para combater estes vírus. Porém, apenas 3% das pessoas que sofrem de hepatite B crônica receberam tratamentos antivirais em 2022, afirma o relatório da OMS.
Para a hepatite C, apenas 20% das pessoas infectadas receberam tratamento.
"Os resultados estão muito abaixo das metas globais de tratar 80% de todas as pessoas que vivem com hepatite B e C crônicas até 2030", acrescentou Doherty.
"Apesar do progresso global na prevenção das infecções por hepatite, as mortes estão aumentando, já que poucas pessoas com hepatite estão sendo diagnosticadas e tratadas", afirmou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que chamou o panorama de "preocupante".
A África registra 63% das novas infecções por hepatite B e menos de 20% dos bebês do continente são vacinados contra a doença nas primeiras horas após o parto, segundo a OMS.
OMS também lamenta que os países afetados não tenham acesso suficiente aos medicamentos genéricos contra a hepatite e que, muitas vezes, paguem um valor acima do preço justo.
Dois terços de todos os casos de hepatite são registrados em Bangladesh, China, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Rússia e Vietnã, segundo o documento.
"O acesso universal à prevenção, diagnóstico e tratamento nestes dez países até 2025, ao mesmo tempo que acontecem esforços intensificados em África, são essenciais para voltar a colocar nos trilhos a resposta mundial adequada" contra a hepatite, afirmou a OMS em um comunicado.
O vírus da hepatite é o segundo patógeno mais letal, atrás do bacilo que provoca a tuberculose.