O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente ruandês, Paul Kagame, reafirmaram, nesta terça-feira (9), em Londres, sua vontade de começar em breve as expulsões para o país africano de imigrantes ilegais do Reino Unido. 

Após o encontro entre os dois no número 10 de Downing Street, residência e local de trabalho do primeiro-ministro, o governo britânico informou em um comunicado que "os dois dirigentes esperam que os primeiros voos para Ruanda ocorram na primavera" (outono no Brasil). 

Desde sua chegada a Downing Street, há um ano e meio, o conservador Rishi Sunak tentar concretizar o projeto de governo de Boris Johnson, lançado em 2022 e que não conseguiu ser colocado em prática.

Sunak fez da luta contra a imigração ilegal uma de suas prioridades e quer pôr o projeto em funcionamento antes das eleições legislativas britânicas.

Com vistas às eleições, ainda sem data marcada, mas que devem ser realizadas antes do final de janeiro de 2025, os conservadores, que estão há quatorze anos no poder, estão em clara desvantagem nas pesquisas em relação aos trabalhistas. 

O projeto de lei em apreço insiste em que Ruanda é um país seguro e procura retirar as conclusões do Supremo Tribunal britânico, que considerou ilegal a versão anterior.

O texto encontra-se neste momento em uma fase de "ping-pong", em que é suscetível de ir de uma câmara a outra até que exista um acordo no Parlamento britânico.

Após vários debates infrutíferos, o texto voltará à Câmara dos Comuns em 15 de abril. 

O jornal britânico The Times informou nesta terça-feira que 70% das casas de um bairro destinado a acolher esses futuros imigrantes perto de Kigali haviam sido revendidas a residentes locais, segundo o promotor.  

A porta-voz do governo ruandês, Yolande Makolo, desmentiu este número ao jornal e garantiu que o projeto de Ruanda foi desde o início misturar imigrantes e moradores. 

Ruanda se apresenta como um dos países mais estáveis do continente africano, mas vários grupos de direitos humanos acusam o presidente Paul Kagame de governar em um clima de medo, de reprimir a dissidência e a liberdade de expressão. 

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