Os dispositivos de segurança para as partidas das quartas de final da Liga dos Campeões nesta quarta-feira (10) em Paris e Madri foram reforçados após as ameaças feitas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
"Não existe uma ameaça concreta (sobre a partida entre Paris Saint-Germain e Barcelona), mas mantemos a prudência e a responsabilidade a todo o momento", afirmou a porta-voz do governo francês Prisca Thevenot nesta quarta-feira, poucas horas antes do jogo.
Na véspera, os confrontos disputados em Madri (Real Madrid-Manchester City) e em Londres (Arsenal-Bayern de Munique), que haviam sido ameaçados, não registraram ocorrências.
Publicadas há poucos dias na internet, as mensagens ameaçadoras do EI inicialmente não chamaram atenção até que na terça-feira as autoridades da Espanha e França anunciaram reforços das medidas de segurança, em um contexto de risco muito elevado na Europa, após o último ataque ocorrido em um teatro de Moscou em 22 de março, no qual morreram 144 pessoas.
Na terça, a pouco mais de 100 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Paris (26 de julho a 11 de agosto), o ministro do Interior da França, Gérard Darmanin, anunciou que havia "reforçado consideravelmente" a segurança para o jogo do Parque dos Príncipes após as ameaças jihadistas.
O delegado do governo em Madri, Francisco Martín Aguirre, anunciou, por sua vez, "um desdobramento extraordinário de segurança". As autoridades espanholas confirmaram na quarta-feira que mais de 2.000 policiais serão destacados para o jogo entre Atlético de Madrid e Borussia Dortmund, um número muito superior aos 1.300 inicialmente previstos e semelhante ao da noite de terça-feira, para o qual tinham sido anteriormente mobilizados 1.900 agentes.
A Polícia Metropolitana de Londres também garantiu que conta "com um sólido plano" de segurança nos arredores do Emirates Stadium, que recebeu o jogo de terça e onde também não foram registrados incidentes.
- "Mate todo mundo" -
Embora a ameaça seja permanente, as autoridades de França, Espanha e Inglaterra não revelaram planos específicos de ataques para estes jogos, apesar de o EI ter feito ameaças aos estádios de futebol onde os jogos são disputados.
Em uma das mensagens, um combatente do EI mascarado e portando um fuzil posa diante de imagens dos quatro estádios que receberão os jogos, acompanhado da mensagem: "Mate todo mundo".
Esta convocatória foi associada ao Al-Azaim, órgão do Estado Islâmico em Khorasan (EI-K), braço do grupo jihadista no Afeganistão, que reivindicou um ataque em Kerman (Irã) em janeiro e também é suspeito de estar por trás do último em Moscou, disse à AFP uma especialista francesa em comunicação online de grupos jihadistas.
Segundo ela, as mensagens são uma forma de incitar a mobilização, e na sequência, o "encorajamento da esfera do EI após o choque do ataque de Moscou".
"A segurança é importante (...) mas devemos nos concentrar no que podemos fazer, jogar futebol", afirmou o volante do PSG Danilo Pereira antes do jogo contra o Barcelona, nesta quarta, que promete ser uma grande partida após dois ótimos jogos na terça (3 a 3 em Madri e 2 a 2 em Londres).
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