Os ataques recentes à central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia podem marcar o início de uma nova frente "extremamente perigosa", alertou nesta quinta-feira (11) o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Os ataques "nos levaram a uma fase crucial" do conflito, disse Rafael Grossi em Viena, durante uma reunião de emergência dos 35 membros do conselho de governo da AIEA convocada a pedido da Rússia e Ucrânia.
A central de Zaporizhzhia (ZNPP), ocupada desde 2022 pela Rússia, sofreu desde o último domingo uma série de ataques com drones, dos quais Moscou e Kiev se acusam mutuamente. Os ataques foram "os primeiros desde novembro de 2022 a terem como alvo direto" a maior central da Europa, segundo o órgão da ONU, que conta com especialistas no local.
"Os ataques têm que parar", porque atacar uma instalação nuclear "não é, de forma alguma, uma opção", disse Grossi, que pediu "moderação máxima".
O embaixador russo na AIEA, Mikhail Ulyanov, disse que ficou satisfeito com a reunião, enquanto a Ucrânia criticou o que chamou de "campanha de desinformação" de Moscou.
Desde a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, o conselho de governo da AIEA aprovou quatro resoluções condenando as ações da Rússia contra as instalações nucleares ucranianas.
A central de Zaporizhzhia fica na cidade de Energodar e tem sido alvo de ataques e bombardeios nos últimos dois anos.
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