As autoridades da cidade de Bruxelas ordenaram, nesta terça-feira (16), a suspensão de uma conferência com representantes da extrema direita nacionalista europeia, devido a rumores sobre protestos de grupos antifascistas, e decidiram limitar o acesso das pessoas ao local de reuniões.
A lista de oradores do evento desta terça-feira incluía o britânico Nigel Farage, ex-eurodeputado e promotor original do Brexit, e a ex-ministra do Interior Suella Braverman.
Farage, um dos oradores mais esperados da conferência, fez um discurso sobre o "retorno do Estado-Nação".
O controverso ultradireitista francês Éric Zemmour tinha planejado participar na sessão da tarde, mas ao chegar ao local da conferência não lhe foi permitida a entrada e precisou se retirar.
Para quarta-feira, a agenda original da conferência contaria com a participação do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, e do ex-chefe de Governo polonês Mateusz Morawiecki.
O evento, intitulado NatCon (Conservadorismo Nacionalista), é organizado por think-tanks alinhados com a extrema direita europeia, movimentos nacionalistas e grupos contrários à UE.
Na rede X, o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, disse que a suspensão da conferência foi "inconstitucional".
"A autonomia ministerial é um pilar da nossa democracia, mas nunca poderá estar acima da Constituição da Bélgica, que garantiu a liberdade de expressão e de reunião pacífica desde 1830", disse De Croo.
"Proibir reuniões políticas é inconstitucional", reforçou.
Policiais compareceram à sede da conferência para ordenar o encerramento das atividades, mas os organizadores exigiram receber a notificação no pódio reservado aos palestrantes.
Face a esta exigência, a polícia se instalou nas portas de acesso com a ordem de impedir a entrada de mais pessoas nas instalações, confirmaram jornalistas da AFP no local.
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