Os Estados Unidos "deixaram muito claro" para o governo venezuelano que reativarão as sanções ao petróleo e gás que suspenderam parcialmente se o país sul-americano descumprir o roteiro eleitoral acordado com a oposição, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado nesta terça-feira (16).
Washington suspendeu as sanções ao setor energético e ao ouro venezuelanos em outubro de 2023, depois que governo e oposição alcançaram o chamado Acordo de Barbados, um roteiro para a realização de eleições.
O governo do presidente americano, Joe Biden, já deixou expirar a licença sobre o ouro depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela manteve a inabilitação política da opositora María Corina Machado, a principal adversária do mandatário venezuelano Nicolás Maduro.
A licença geral 44, que autoriza as transações relacionadas com o setor de petróleo e gás, vence nesta quinta-feira.
"Estamos a dois dias de 18 de abril. Deixamos muito claro que, se Maduro e seus representantes não implementam plenamente seus compromissos sob o Acordo de Barbados, voltaríamos a impor sanções e eu apenas diria que fiquem atentos", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Ao ser questionado se Washington acredita que Maduro tem fomentado eleições livres e justas, o porta-voz respondeu: "Ele defendeu certos aspectos do acordo de Barbados, incluído o estabelecimento de um calendário eleitoral e o convite a missões de observação internacionais."
Mas, "ao mesmo tempo, vimos ele bloquear candidatos da oposição nas urnas", acrescentou em sua coletiva de imprensa diária.
"São coisas que levamos muito a sério e não quero fazer nenhum anúncio antes da hora, mas certamente devem estar atentos durante os próximos dias", disse Miller, que acrescentou que Washington se pronunciará antes da "data limite".
Maduro concorre a um terceiro mandato nas eleições presidenciais previstas para 28 de julho, nas quais Machado não participará, pois segue inabilitada. Também foi vetada Corina Yoris, indicada por ela para substitui-la no pleito.
A produção petrolífera da Venezuela é de ao redor de 800.000 barris diários, após tocar um piso em meados de 2020, quando ficou abaixo dos 400.000, mas está longe dos 3 milhões de 15 anos atrás.
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