O jornalista argentino Juan Pedro Aleart viralizou nas redes sociais após contar, ao vivo, que ele e os irmãos foram vítimas de abuso sexual do pai e do tio. O repórter iniciou o telejornal que apresenta, chamado “De 12 a 14”, no Canal 3, revelando aos telespectadores a própria história.
Olhando para a câmera, o jornalista contou que o pai abusou sexualmente da irmã mais nova na frente dele. Juan Pedro também apontou que ele e um irmão foram vítimas de um tio. Além disso, ele criticou a Justiça argentina e pediu mudanças urgentes na legislação para proteger crianças e adolescentes em situação de abuso.
“Ele era uma pessoa em quem eu confiava, foi um pai para mim em muitas ocasiões, aproveitou-se do contexto de extrema vulnerabilidade em que eu me encontrava e abusou sexualmente de mim e do meu irmão. A partir dos 6 anos”, disse ele sobre o tio.
Segundo o jornalista, em 2022, ele conseguiu denunciar o homem. Para isso, ele precisou fazer um longo acompanhamento psicológico e chegou a conviver com sintomas depressivos graves. Mas não adiantou. A Justiça considerou que o caso já havia prescrito, e o tio está em liberdade.
“Cada fracasso até agora me deixou quebrado. Encontrei advogados criminais que me traíram, outros me ajudaram. Encontrei desinteresse, falta de compreensão. (...) Há 17 casos como o meu que aguardam resolução do Tribunal. Devemos acabar com essa merda de prescrição do abuso e da corrupção de menores”, desabafou.
O jornalista também falou sobre o caso da irmã. “Meu pai abusou da minha irmã, sua própria filha, desde os três anos de idade, sendo soropositiva. Isso causou terríveis problemas de saúde e emocionais à minha irmã. Ela tremia, o cabelo caía, ela estava muito mal”, disse o jornalista.
Ele contou que a irmã conviveu com diversos problemas psicológicos e chegou a pensar em suicídio. “Meu pai foi violento em todas as suas formas, aterrorizou todos os membros da minha família. Minha irmã pensou em tirar a própria vida por causa do que meu pai havia feito com ela. Meu pai foi avisado da denúncia e, não querendo enfrentar o que havia feito, decidiu tirar a própria vida. Se suicidou”
Olhando para a câmera, ele conversou com a irmã e garantiu que “ele estava livre” e que “o monstro” havia desaparecido para sempre. Após a exibição do programa, o jornalista publicou duas fotos dele quando criança, junto com um papel manuscrito que dizia “curar” e um Daruma, amuleto japonês considerado um boneco “de propósitos”, que representa esforço, perseverança e tenacidade para cumprir os objetivos das pessoas.