O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chegou nesta segunda-feira (22) a Bagdá, na sua primeira visita de Estado ao Iraque em mais de uma década em que se espera que a questão da água, do petróleo e de segurança regional dominem a agenda. 

O primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al Sudani, recebeu Erdogan em sua chegada ao aeroporto de Bagdá com uma grande cerimônia. 

Mais tarde, o presidente turco reuniu-se com o seu homólogo, Abdel Latif Rachid, antes de voar para Erbil, capital da região autônoma do Curdistão. 

Esta visita ocorre em um momento de alta tensão no Oriente Médio, devido à guerra em Gaza e aos receios de uma escalada entre Israel e o Irã. 

A água é um tema de tensão, uma vez que as barragens construídas pela Turquia nos rios Tigre e Eufrates agravaram a escassez de água no Iraque. 

Outra questão bilateral sensível é o petróleo que o Curdistão iraquiano exportou, sem a aprovação de Bagdá, através do porto turco de Ceyhan. 

Estas vendas foram suspensas por um ano devido a litígios entre as autoridades regionais e o governo central e a problemas técnicos. 

Também na agenda está a "Rota do Desenvolvimento", um ambicioso projeto rodoviário e ferroviário de 1.200 km, que ligará o Golfo à Turquia, através do Iraque, até 2030. 

Nesta segunda-feira, na presença de Erdogan e Sudani, quatro ministros representando o Iraque, a Turquia, os Emirados Árabes Unidos e o Catar assinaram um "memorando de entendimento quadripartite" sobre sua cooperação nesse projeto, de acordo com um comunicado de imprensa iraquiano. 

Por fim, há a espinhosa questão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). 

Durante décadas, a Turquia operou bases militares no norte do Iraque para combater esse grupo rebelde, que Ancara e seus aliados no Ocidente consideram uma "organização terrorista". 

O governo central em Bagdá e as autoridades curdas autônomas foram acusados de tolerar as atividades militares da Turquia para proteger os laços econômicos com Ancara.

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