A Justiça francesa examinará na quinta-feira (25) um estranho pedido de uma associação que exige a restituição da Mona Lisa, obra-prima do artista italiano Leonardo da Vinci, exibida no museu do Louvre em Paris.
O Conselho de Estado, o mais alto tribunal administrativo francês, recebeu um pedido da International Restitutions, uma associação misteriosa que não revela onde está sua sede e quem são seus diretores, para que "declare inexistente" a decisão do rei Francisco I de "se apropriar" da Gioconda, também conhecida como Mona Lisa.
A associação, que alega atuar "em nome dos descendentes do herdeiro do pintor", espera que a obra mestra do Renascimento, que no passado foi motivo de desentendimentos entre França e Itália, seja "eliminada" do inventário do museu do Louvre.
Mas é pouco provável que o Conselho de Estado decida a favor da International Restitutions. Pedidos similares da associação, para obras menos emblemáticas que a Gioconda, nunca foram adiante.
Em uma decisão de 2022, o tribunal determinou que a associação não tinha "legitimidade para entrar com um processo" e que "apenas as pessoas que se considerem legítimas proprietárias e que tenham interesse, por sua vez, na restituição desses bens" poderiam entrar com um processo.
Após cair em desgraça ante os Médici, uma poderosa e influente família do Renascimento em Florença, Leonardo da Vinci (1452-1519) se colocou sob proteção do rei Francisco I (rei da França de 1515 a 1547) em 1516.
Ao deixar a Itália, levou com ele várias de suas obras, incluindo o retrato da esposa do comerciante de telas florentino Francesco del Giocondo, realizado entre 1503 e 1506.
Ofereceu suas obras ao soberano francês, que, em troca, lhe pagou uma generosa pensão.
Essas obras entraram nas coleções reais e nunca mais saíram da França.
A Gioconda está exposta no Louvre desde 1797... e é provável que siga lá por muito mais tempo.
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