Um dos dois paramédicos que injetaram cetamina em um jovem negro enquanto ele era imobilizado pela polícia dos Estados Unidos foi condenado nesta sexta-feira (26) a uma pena mista entre um centro de detenção e a liberdade condicional, no capítulo final de um dos casos emblemáticos do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
Jeremy Cooper havia sido processado por homicídio por negligência criminal pela morte de Elijah McClain, um jovem de 23 anos desarmado que morreu dias depois de uma luta com a polícia no Colorado. Ele sofreu uma parada cardíaca na ambulância após ser preso.
Em um tribunal do Colorado, Cooper, 49, recebeu hoje uma pena de 14 meses em um centro de detenção com direito a saídas diurnas para trabalhar, seguida de quatro anos de liberdade condicional, informou a imprensa local. Seu colega Peter Cichuniec, condenado por homicídio por negligência criminal e administração ilegal de medicamentos, foi condenado no mês passado a cinco anos de prisão.
O episódio ocorreu em agosto de 2019, quando a polícia da cidade de Aurora atendeu um chamado sobre um homem negro "suspeito que agia de forma estranha" na rua e usava uma máscara de esqui. A família do jovem alegou que ele havia saído para comprar chá gelado e que costumava usar a máscara para se manter aquecido, porque sofria de anemia.
Segundo um policial, que não apresentou provas, McClain, que estava desarmado, tentou pegar a arma de outro agente. Enquanto os policiais o continham, Cichuniec e o colega Jeremy Cooper injetaram cetamina para sedá-lo.
Durante o julgamento, os advogados dos paramédicos argumentaram que seus clientes seguiram o protocolo ao administrarem uma droga aprovada no Colorado para pessoas "em estado agitado”. Os promotores responderam que eles ignoraram seu treinamento para lidar com esse tipo de paciente.
A morte de McClain ocorreu meses antes do assassinato em Minneapolis de George Floyd, outro homem negro, mas ganhou mais atenção à medida que aumentavam os protestos contra a brutalidade policial contra as minorias, principalmente os negros.
Uma campanha apoiada por celebridades resultou em uma investigação especial na qual três policiais foram acusados, juntamente com os dois paramédicos. Dois dos policiais foram isentados de culpa e o terceiro foi preso em janeiro, para cumprir uma pena de 14 meses.
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