O rapper americano Kanye West foi processado por um ex-funcionário que o acusa de racismo, antissemitismo, homofobia e "severa discriminação" em uma nova ação judicial apresentada nesta terça-feira (2) em um tribunal de Los Angeles.
Trevor Phillips, que é negro e trabalhou para duas empresas de West por quase um ano, alega na ação que "sofreu severa discriminação, assédio e retaliação diretamente de Kanye West".
O homem afirma que "em inúmeras ocasiões viu ou experimentou pessoalmente os gritos frenéticos de Kanye com pessoas negras".
Phillips foi contratado em novembro de 2022 pela Yeezy, a marca de roupas do controverso rapper, e depois começou a trabalhar também em sua escola, a Donda Academy.
No processo, ele diz ter testemunhado, ainda, ataques homofóbicos e antissemitas do cantor, que é objeto de outro processo por comportamentos arbitrários em sua escola, e que desencadeou críticas por repetidos comentários contra judeus que custaram parcerias comerciais milionárias com marcas como Adidas e GAP.
"Phillips, em várias ocasiões, testemunhou como Kanye pregava obscenidades para seu pessoal, como 'os judeus querem acabar comigo' e 'os judeus roubam todo o meu dinheiro'", indica o documento legal.
De acordo com a ação, em um jantar em um luxuoso restaurante em Los Angeles, West teria elogiado o líder nazista Adolf Hitler, chamando-o de "boa pessoa". "Hitler foi genial. Hitler foi um inovador! Ele inventou tantas coisas", teria dito o artista.
O ex-funcionário também acusa o rapper de 46 anos, que mudou seu nome para Ye, de usar uma "retórica perigosa" na frente dos alunos da Donda Academy.
Ele conta que, em uma conversa com dois alunos, "Kanye disse a eles que queria que raspassem suas cabeças e que tinha a intenção de colocar uma prisão na escola, e que poderia trancá-los em jaulas".
Relata ainda que Ye alertou em uma reunião que seus funcionários não podiam ser gordos, sob pena de serem demitidos.
"Ao apresentar este processo, esperamos que os direitos de nossos clientes prejudicados sejam reivindicados, e que o famoso artista Sr. West compreenda que suas mensagens, que, segundo alegamos, pregam discriminação, antissemitismo e amor a Hitler, não têm lugar no mundo", disse em comunicado o advogado Carney R. Shegerian, responsável pelo processo.
Phillips, que deixou de trabalhar para as empresas de West em agosto de 2023, busca uma compensação financeira de 35 mil dólares (177 mil reais) pelos transtornos que afirma ter sofrido.
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