Os traficantes de drogas e os criminosos saem ganhando com a crise diplomática entre México e Equador, desatada após a incursão da polícia equatoriana à embaixada mexicana em Quito, afirmou nesta quinta-feira (11) um alto cargo do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

O México rompeu relações diplomáticas com o país sul-americano depois da incursão policial em sua embaixada em Quito para deter o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, sobre quem pesam duas sentenças por associação criminosa e suborno, e um mandado de prisão por peculato.

Além disso, o imbróglio diplomático não dá sinais de arrefecimento. O governo do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que tinha acabado de conceder asilo a Glas, pediu hoje a suspensão do Equador da ONU em uma ação apresentada na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

"Apenas os traficantes de drogas e os criminosos ganham quando Equador e México brigam", declarou hoje Mark Wells, vice-secretário adjunto principal do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado durante uma sessão no Senado sobre a luta contra as redes do crime organizado transnacional e a corrupção na região.

O Equador é cenário de uma espiral de violência que levou o presidente Daniel Noboa a declarar a existência de um "conflito armado interno".

"Muitos dos problemas atuais do Equador estão relacionados com a presença de cartéis mexicanos e da cocaína colombiana" porque é "um importante ponto de passagem", ressaltou Wells.

"Assim que realmente fazemos um chamado a ambos os governos para que cooperem e tentem encontrar uma saída e superar essa disputa", reiterou.

Na terça-feira, a Casa Branca condenou a incursão equatoriana na embaixada mexicana após uma primeira reação do Departamento de Estado que López Obrador considerou muito frouxa.

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