O Chile apontou, nesta sexta-feira (12), razões políticas como a origem do crime contra um ex-militar dissidente do regime de Nicolás Maduro que vivia como refugiado em Santiago, declarou a ministra do Interior, Carolina Tohá. Ainda de acordo com a política, o crime foi premeditado em solo venezuelano.
Ronald Ojeda, militar aposentado do Exército da Venezuela, foi sequestrado em 21 de fevereiro após ser tirado de madrugada com roupas íntimas do apartamento onde vivia em Santiago por pessoas que fingiram ser policiais chilenos.
Nove dias depois, Ojeda, de 32 anos, foi encontrado morto dentro de uma mala que havia sido enterrada em uma favela da capital chilena.
O Ministério Público aponta "para a hipótese mais plausível de que houve uma motivação política", disse a ministra do Interior em uma declaração no palácio do Governo.
"De quem é essa motivação política? Isso a própria investigação tem que esclarecer", acrescentou.
A investigação até agora estabeleceu que membros de uma organização criminosa transnacional, possivelmente do "Tren de Aragua", foram os autores materiais de um sequestro organizado na Venezuela.
A vítima não tinha nenhuma relação com o crime organizado e desenvolvia atividades lícitas no Chile, que lhe concedeu refúgio político após fugir de uma prisão venezuelana depois de ser acusado de conspiração.
"O perfil que a vítima tem é um perfil político. Estamos falando de uma vítima que participou de ações contra o governo venezuelano e que, em segundo lugar, esteve presa nove meses na Venezuela e fugiu", explicou nesta sexta o promotor a cargo da investigação, Héctor Barros.
"Nunca disse que isso é de contrainteligência, mas sim um crime transnacional que foi premeditado na Venezuela", disse Barros.
Dois venezuelanos foram apontados como autores do crime. O Ministério Público afirma que eles fugiram quase de imediato para a Venezuela, por isso pedirá sua extradição.
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