Fechado há três anos, o Grand Palais, situado na renomada avenida Champs-Élysées, em Paris, finaliza os preparativos para sediar as competições olímpicas e paralímpicas de esgrima e taekwondo.
Construído para a Exposição Universal de 1900, o Grand Palais é uma das joias do modernismo, conhecido como Art Noveau na França, um enorme palácio de ferro e vidro que teve que fechar as portas em março de 2021 por causa de algumas importantes obras de restauração.
"A entrega das chaves ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO) está programada para 19 de abril", disse à AFP Daniel Sancho, diretor do projeto de restauração.
A partir dessa cerimônia, as equipes do comitê terão três meses para preparar as provas.
Banhada pela luz através de seu vitral de 17.500 m², a superfície do enorme palácio é de 13.500 m². Sua cúpula se eleva a 45 metros de altura, e o pavilhão tem 200 metros de comprimento.
Em seu centro serão instalados os tatames e as pistas de esgrima para as competições, que começarão em 27 de julho.
Antes de sua restauração, o palácio era utilizado para todo tipo de eventos artísticos e culturais, como feiras e exposições de arte, desfiles de moda e competições equestres.
A presidência francesa revelou que a obra exigiu um orçamento de 500 milhões de euros (2,7 bilhões de reais), para renovar a grande cúpula central, mas também as galerias, a parte externa e o adjacente Palácio da Descoberta, que abriga um museu de ciência.
- Adaptá-lo ao século XXI -
A obra de restauração foi realizada a "uma velocidade impressionante", explica Didier Fusillier, presidente do organismo público encarregada da gestão do local.
Toda a superfície metálica do palácio foi limpa e repintada, foram instalados elevadores novos, restaurados mosaicos, parques, esculturas....
Na construção do palácio trabalharam jovens operários que depois se tornariam pintores célebres, como Matisse, Cézanne e Marquet.
Agora o desafio era adaptar o palácio ao século XXI, criando várias saídas de emergência para poder duplicar a capacidade de visitantes (9.000 ao invés de 5.600).
Nos anos 2000, o edifício afundou 13 cm, porque a água proveniente de um aquífero danificou os pilares de carvalho que sustentavam as fundações.
Esses pilares foram substituídos por muros de concreto e a estrutura também foi objeto de uma importante restauração.
Em caso de onda de calor ou frio extremo, o chão do pavilhão também estará equipado "com um sistema de tubos cheios de água, que permitirá resfriar ou aquecer o espaço", acrescenta Sancho.
Durante as Olimpíadas, o Grand Palais poderá receber 8.000 pessoas sentadas em duas arquibancadas, às quais terão acesso por uma grande entrada completamente reformada.
Os atletas, por sua vez, "treinarão em galerias adjacentes".
"Haverá diferentes etapas de aquecimento, depois entrarão no 'salão de honra', um espaço de mais de 200 m², onde aguardarão antes de entrar para competir. Os atletas descerão pelas grandes escadas, joias da Art Noveau, que recuperaram sua cor de bronze original", explica o especialista.
Os trabalhos em muitos espaços adjacentes ao prédio continuarão "durante aproximadamente um mês e meio" antes de serem interrompidos para as Olimpíadas, explicou Daniel Sancho.
"Depois dos jogos, o prédio voltará a estar operacional a partir de outubro. Nos damos de prazo até março (de 2025) para completar todos os trabalhos, com o objetivo de abrir todo o Grand Palais em junho" do ano que vem, detalha.
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