O Reino Unido deu um passo importante nesta terça-feira (16) para erradicar o consumo de tabaco com a aprovação de um projeto de lei que proibiria os menores de 15 anos de comprarem cigarros a partir de agora e para o resto de suas vidas.

Assim, se o projeto seguir adiante, os jovens nascidos depois de 1º de janeiro de 2009 poderiam se tornar a primeira geração livre do vício à nicotina no Reino Unido.

O primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, conseguiu ultrapassar um primeiro obstáculo ao conseguir que seu projeto de lei fosse aprovado na Câmara dos Comuns, com 383 votos a favor e 67 contrários.

O primeiro-ministro, que enfrenta dissenso entre os conservadores, conseguiu apoio da oposição trabalhista, enquanto a maior parte dos votos contrários vieram das fileiras de seu próprio partido.

"Este projeto tem o potencial de eliminar gradualmente o tabagismo entre os jovens quase por completo a partir de 2040", disse o governo quando apresentou o plano.

Fumar é, segundo o governo britânico, a principal causa de mortalidade evitável, sendo responsável por cerca de 80.000 mortes por ano e de um em cada quatro tipos de câncer letal.

O governo britânico afirma que 12% dos jovens de 16 e 17 anos são fumantes.

Quatro de cada cinco fumantes iniciaram o vício em tabaco antes de completarem 20 anos e continuam dependentes pelo resto de suas vidas, embora a maioria tenha tentado deixar o hábito, segundo números do governo.

"Uma grande maioria de fumantes desejaria não ter começado nunca", disse à BBC o professor Chris Whitty, assessor médico chefe do governo britânico. Entretanto, "uma vez que se tornam dependentes, já não têm outra opção", acrescentou.

Em 2022, o Parlamento da Nova Zelândia aprovou um texto similar, que proibia a venda de cigarros a qualquer pessoa nascida depois de 2008, mas o novo governo conservador anunciou, no fim do ano passado, o abandono dessas medidas pioneiras.

"Este texto colocará o Reino Unido na vanguarda da luta para erradicar um dos inventos mais prejudiciais dos tempos modernos", comentou, antes da votação do projeto de lei, o codiretor do grupo de pesquisa sobre tabaco e álcool do University College de Londres (UCL), Lion Shahab.

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