A NBA baniu de forma permanente o ala-pivô do Toronto Raptors, Jontay Porter, depois que uma investigação descobriu que ele apostou em jogos da liga, o que o comissário da NBA, Adam Silver, chamou de "pecado capital". 

A liga disse que Porter, que passou parte de sua temporada na NBA e na G League (de desenvolvimento), confidenciou a um apostador esportivo informações sobre sua condição física e se retirou de uma partida para influenciar as apostas sobre seu próprio desempenho na quadra. 

"Não há nada mais importante do que proteger a integridade das competições da NBA para nossos fãs, nossos times e todos os associados ao nosso esporte, e é por isso que as violações flagrantes de Jontay Porter às nossas regras de jogo são punidas da forma mais severa", declarou Silver em um comunicado anunciando a sanção.

- Investigação aberta -

A NBA indicou que sua investigação permanece aberta e que está compartilhando informações com promotores federais sobre o assunto. 

A entidade esportiva iniciou uma investigação sobre Porter, irmão mais novo do astro do Denver Nuggets, Michael Porter Jr., em março, após receber relatos de padrões de apostas suspeitos em jogos dos quais ele participou. 

O jogador de 24 anos não atua desde 22 de março, pouco antes de uma reportagem da ESPN dar detalhes sobre supostas irregularidades nos jogos em que ele participou. 

A liga disse ter descoberto que antes do jogo dos Raptors, no dia 20 de março, Porter divulgou informações confidenciais sobre seu próprio estado de saúde "a um indivíduo que ele sabia ser um apostador da NBA". 

Nesse mesmo jogo, Porter atuou por apenas três minutos antes de dizer que não se sentia bem. "Devido à atividade incomum de apostas e às ações do jogador, a aposta de proposição de US$ 80.000 [cerca de R$ 420 mil pela cotação atual] foi congelada e não foi paga."

Além disso, de acordo com a liga americana, Porter fez pelo menos 13 apostas em jogos da NBA entre janeiro e março deste ano, enquanto viajava com os Raptors ou com sua filial da G League, o Raptors 905. 

Ele usou a conta de um associado para fazer apostas on-line entre US$ 15.000 (R$ 78.600) e US$ 22.000 (R$ 115.340), totalizando US$ 54.094 (R$ 283.600) e um lucro líquido de US$ 21.965 (R$ 115.160). 

Nenhuma das apostas incluía um jogo em que Porter atuou, mas três delas eram apostas acumuladas em vários jogos que incluíam uma partida dos Raptors. 

- 'Mais regulamentação' -

Desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a proibição federal de apostas esportivas em 2018, a maioria dos estados americanos legalizou as apostas esportivas on-line. 

Silver tem defendido a legalização e regulamentação das apostas esportivas, mas disse no anúncio desta quarta-feira que o caso Porter indica que mais medidas regulatórias podem ser necessárias. 

"Embora as apostas esportivas legais criem transparência que ajuda a identificar atividades suspeitas ou anômalas, este assunto também levanta questões importantes sobre a adequação do marco regulamentar que está atualmente em vigor, incluindo os tipos de apostas oferecidas nos nossos jogos e jogadores", disse Silver.

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