O noticiário da manhã está "no canto da mente", mas Ditza Kornfeld, uma israelense de 63 anos, não mudará sua rotina após o anúncio de explosões no centro do Irã, atribuídas à retaliação israelense ao ataque lançado por Teerã contra Israel no último fim de semana.

"Estamos acostumados a estas situações anormais", afirma esta guia turística cujo trabalho foi impactado desde o início da guerra na Faixa de Gaza em 7 de outubro.

Sua principal preocupação é terminar a preparação das refeições para a celebração da Pessach, a Páscoa judaica, que começa na noite da próxima segunda-feira (22).

Israel prometeu responder ao ataque sem precedentes do Irã em território israelense em 13 de abril, em represália ao bombardeio do consulado iraniano em Damasco, atribuído ao primeiro, no dia 1º de abril.

Diversas explosões atingiram o centro do Irã nesta sexta-feira (19), no que autoridades dos Estados Unidos, citadas pela imprensa americana, anunciaram como um ataque israelense de represália pelos drones e mísseis lançados por Teerã.

Israel minimizou o impacto destes disparos, sem acusar diretamente Israel, que não reivindicou autoria.

- "Brincadeira de criança" -

Amitay Bendavid, o proprietário de uma loja de antiguidades, acredita que as hostilidades — que por muito tempo foram indiretas — cruzaram um limite.

"Era uma guerra fria, e agora é um país contra o outro", disse ele, declarando que Israel deve "golpear forte", criticando a ação desta sexta, a qual classificou como uma "brincadeira de criança".

Bendavid não acredita em uma solução diplomática, embora tema uma escalada. 

"Israel não tem escolha", diz o homem de 37 anos, afirmando que o Irã "não entende palavras, apenas de sangue e poder".

Mordeachay Menarsheof, dono de uma sapataria em Jerusalém, também defende uma postura mais incisiva, declarando que "a solução diplomática não é a adequada".

"Nós queremos a paz, mas eles não querem", acrescentou este judeu com raízes iranianas que acusa o Irã de "financiar o terrorismo" no Oriente Médio. 

Já o taxista Yossi Basher espera que as armas sejam silenciadas para que Israel possa ter "boas relações com seus vizinhos".

Segundo Kornfeld, é necessário haver uma solução militar e outra diplomática, e um "acordo com o Irã" deve envolver a comunidade internacional.

Mas para que a diplomacia prevaleça é necessário um confronto armado, opina Bendavid, citando o exemplo da Guerra dos Seis Dias de 1967, marcada pela vitória de Israel contra uma aliança militar do Egito, Síria e Jordânia.

"Por que a Jordânia e o Egito fizeram as pazes com Israel? Porque eles lutaram contra nós e perderam", afirmou.

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