O ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) Luis Rubiales terá que ser julgado pelo beijo forçado que deu na jogadora Jenni Hermoso, decidiu um tribunal nesta segunda-feira (22), depois de rejeitar um recurso do ex-dirigente do futebol espanhol. 

A Audiência Nacional, que em janeiro propôs julgar Rubiales e a que este recorreu, considerou "que os fatos descritos nos autos" mostram "indícios que se encaixam na descrição típica de um crime contra a liberdade sexual e outro de coerção", disse um comunicado da jurisdição de Madri. 

O tribunal, contudo, ainda não definiu a data em que ele será julgado.

Em 20 de agosto, Rubiales beijou a número 10 da Espanha, Jenni Hermoso, na boca, diante das câmeras do mundo inteiro, minutos depois da vitória da seleção espanhola em Sydney, durante a final da Copa do Mundo feminina. 

Seu gesto provocou uma onda de indignação na Espanha e no exterior, forçando Rubiales a renunciar no mês seguinte. 

A Promotoria anunciou em março que havia pedido 2,5 anos de prisão pelo crime de agressão sexual, pelo beijo em si, e por coerção, por ter pressionado a atleta a "justificar e aprovar o beijo que recebeu contra sua vontade".

A instância também solicitou dois anos de liberdade supervisionada após o cumprimento da pena de prisão, proibição de comunicação ou aproximação a Hermoso por 4 anos, além de uma indenização de 50.000 euros (quase 300 mil reais) à jogadora. 

Desde a recente reforma do Código Penal espanhol, um beijo não consensual pode ser considerado agressão sexual, categoria criminosa que agrupa todos os tipos de violência sexual. 

Os recursos do ex-técnico feminino Jorge Vilda e de dois ex-dirigentes da Federação também foram rejeitados e serão julgados igualmente, acusados de coação contra Hermoso.

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