Os acionistas da Petrobras aprovaram, nesta quinta-feira (25), distribuir metade de seus dividendos extraordinários, depois que a retenção desses recursos no mês passado frustrou as expectativas do mercado.
A Petrobras vai desembolsar cerca de 22 bilhões de reais, relativos a seus resultados de 2023, informou a empresa em comunicado. A metade restante será alocada em uma reserva que, segundo o governo, garantiria esses pagamentos no futuro.
A votação parece aplacar uma crise desencadeada quando o Conselho de Administração da petrolífera de economia-mista decidiu, em 7 de março, reter os dividendos extraordinários, o que alarmou o mercado.
Em 2023, a Petrobras obteve lucro anual atribuído aos acionistas de 24,884 bilhões de dólares. A petroleira comemorou o "segundo maior lucro líquido de sua história", considerado por seu presidente Jean Paul Prates como uma demonstração de que a empresa está no caminho certo.
Mas a decisão de bloquear os pagamentos foi considerada por analistas e opositores como "intervenção governamental", algo que preocupa o mercado desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva para seu terceiro mandato em janeiro de 2023.
À época da decisão, as ações de Petrobras despencaram na Bolsa de Valores de São Paulo.
Nas semanas que se seguiram, meios de comunicação locais especularam sobre a saída de Prates. Mas, desde então, a situação se acalmou.
Após a decisão desta quinta, as ações preferenciais da Petrobras subiram, fechando acima de 2% na Bolsa.
No total, a Petrobras pagará agora em dividendos por 2023 a soma de 94,354 bilhões de reais, valor que inclui montantes já aprovados e pagos, assim como dividendos ordinários, indicou a empresa na nota.
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