O chavismo no poder na Venezuela iniciou, nesta quinta-feira (25), um ciclo de manifestações para repudiar o recrudescimento das sanções dos Estados Unidos contra o país por questionamentos sobre as condições para a realização das eleições presidenciais de 28 de julho.
Centenas de apoiadores do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU) foram às ruas em Biscucuy (estado de Portuguesa, oeste), convocados após a decisão do governo de Joe Biden de retomar as sanções ao petróleo venezuelano, devido à inabilitação de opositores como María Corina Machado com vistas às eleições, nas quais o presidente Nicolás Maduro tentará um terceiro mandato de seis anos.
"O povo pede que Biden suspenda o bloqueio para poder trabalhar em paz", disse perante uma multidão o número dois do PSUV depois de Maduro, Diosdado Cabello. "É uma exigência ao imperialismo!", acrescentou.
Esta é a primeira de várias manifestações contra as sanções em meio à corrida eleitoral, anunciou Cabello.
No ano passado, Washington tinha flexibilizado as sanções ao petróleo, ao gás e ao ouro da Venezuela, depois que delegados do governo de Maduro e a oposição entraram em acordo para a realização das eleições presidenciais.
No entanto, após a ratificação da sanção contra Machado, que venceu por esmagadora maioria as primárias da Plataforma Unitária, a principal coalizão opositora venezuelana, e o veto à sua substituta, Corina Yoris, o governo americano decidiu não estender a licença que autorizava as operações com a estatal petroleira PDVSA, que venceu em 18 de abril.
"Maduro e seus representantes não cumpriram plenamente os compromissos assumidos no acordo do plano de ação eleitoral", alegou então o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
A Plataforma Unitária acabou indicando o diplomata Edmundo González Urrutia como seu candidato.
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