O jantar da Associação de Correspondentes na Casa Branca, que anualmente reúne jornalistas, políticos e uma grande variedade de celebridades em um clima normalmente descontraído, será celebrado, neste sábado (27), em circunstâncias especiais, incluindo um pedido de boicote de jornalistas palestinos.
Mais de duas dezenas de jornalistas palestinos publicaram esta semana uma carta aberta pedindo que os colegas americanos boicotem o jantar, que terá entre os convidados VIP o presidente Joe Biden.
"Você tem a responsabilidade única de dizer a verdade ao poder e defender a integridade jornalística", diz a carta. "É inaceitável permanecer em silêncio por medo ou preocupação profissional, enquanto os jornalistas em Gaza continuam sendo detidos, torturados e assassinados por fazer nosso trabalho".
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York, ao menos 97 repórteres, em sua imensa maioria (92) palestinos, foram assassinados desde o início da guerra, em 7 de outubro, com a invasão do Hamas ao sul de Israel. Outros 16 ficaram feridos.
Além do pedido de boicote, uma coalizão contra a guerra planeja uma manifestação nas proximidades do hotel Washington Hilton, onde ocorrerá o jantar.
O grupo pacifista Code Pink, integrante da coalizão, anunciou que planeja "fechar" o jantar para protestar contra "a cumplicidade da administração Biden nos ataques e assassinatos de jornalistas palestinos por parte do exército israelense".
O coletivo ressaltou que sua ação seria "não violenta", mas não deu detalhes.
O jantar, organizado anualmente desde 1920, é realizado este ano enquanto um movimento de protesto contra a situação em Gaza se espalha por universidades de todo o país.
A Associação de Correspondentes na Casa Branca recusou um pedido da AFP para fazer comentários sobre o pedido de boicote e a manifestação prevista.
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