A Arábia Saudita fez um alerta neste domingo para as consequências econômicas da guerra em Gaza e pediu uma "desescalada" na abertura de uma reunião especial do Fórum Econômico Mundial (WEF) em Riad, que tem a presença de vários líderes e mediadores no conflito.

Entre os participantes na reunião de dois dias estão o secretário de Estado americano, Antony Blinken, representantes palestinos e diplomatas de alto escalão envolvidos nas negociações de trégua entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas.

A guerra de Gaza, ao lado dos conflitos na Ucrânia e em outras regiões, exercem "muita pressão" sobre o ambiente econômico, afirmou o ministro saudita das Finanças, Mohammed al Jadaan.

"Acredito que os países, os governantes e as pessoas com cabeça fria devem prevalecer. É necessário garantir uma desescalada" do conflito, acrescentou Jadaan. 

Israel não tem representantes no evento e as negociações com mediação do Catar, Egito e Estados Unidos acontecem em outras cidades, mas a reunião em Riad é uma "oportunidade para ter conversas estruturadas" com "figuras-chave", afirmou o presidente do WEF, o noruguês Borge Brende.

A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro, após um ataque do Hamas contra o sul de Israel que deixou 1.170 mortos e mais de 250 reféns, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

A ofensiva de represália de Israel contra o movimento islamista deixou mais de 34.400 mortos em Gaza, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas.

A reunião acontece em um momento de crescente pressão internacional para tentar evitar que Israel inicie uma operação terrestre em Rafah, uma cidade no sul de Gaza que abriga 1,5 milhão de pessoas, a maioria deslocadas pelo conflito.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, fez um apelo em Riad para que o governo dos Estados Unidos "peça a Israel que interrompa a operação de Rafah, porque é o único país capaz de impedir que Israel cometa este crime".

Blinken viajará à capital saudita na segunda-feira para "abordar os esforços em curso para conseguir um cessar-fogo em Gaza que permita a libertação de reféns", anunciou o Departamento de Estado no sábado.

Após semanas de estagnação nas negociações, o Hamas anunciou no sábado que está examinando uma contraproposta israelense para uma trégua e a libertação de reféns. 

Desde o início da guerra, a Arábia Saudita trabalha com outros países para tentar acabar com o conflito, que ameaça a estabilidade regional e seu ambicioso programa de reformas econômicas chamado 'Visão 2030'.

A monarquia do Golfo, maior exportador de petróleo do mundo, também negociava um acordo para normalizar as relações com Israel, mas o conflito dificultou as conversações.

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