Os Estados Unidos descobriram que cinco unidades israelenses cometeram "incidentes individuais de graves violações dos direitos humanos" contra palestinos na Cisjordânia antes do ataque do Hamas em outubro, informou nesta segunda-feira (29) o Departamento de Estado.
Quatro dessas unidades adotaram "medidas corretivas", o que afasta a possibilidade de sanções americanas, e há consultas em andamento com o governo israelense sobra a quinta, declarou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel.
"Após um processo minucioso, descobrimos cinco unidades israelenses responsáveis por incidentes individuais de graves violações dos direitos humanos", disse.
Estes comportamentos foram realizados antes do ataque do Hamas de 7 de outubro e não aconteceram em Gaza, acrescentou.
Patel não quis identificar as unidades nem dizer que medidas o governo israelense tomou para lidar com elas.
Meios de comunicação acusam o batalhão "Netzah Yehuda", composto principalmente por judeus ortodoxos, de cometer os abusos.
A legislação americana proíbe o governo de financiar ou armar forças de segurança estrangeiras contra as quais existam acusações críveis de violações dos direitos humanos.
Os Estados Unidos fornecem ajuda militar aos aliados em todo o mundo, incluindo Israel.
O Exército israelense combate há sete meses o grupo islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza. Além disso, trocas de agressões quase diárias são registradas com o movimento xiita Hezbollah, na fronteira com o Líbano. Ambos os grupos contam com o apoio do Irã.
A guerra explodiu em 7 de outubro, com o ataque sem precedentes de comandos do Hamas no sul de Israel, no qual morreram 1.170 pessoas, sobretudo civis, segundo uma estimativa baseada em dados oficiais.
Os islamistas sequestraram 250 pessoas e 129 continuam retidas em Gaza, das quais umas 34 teriam morrido, segundo as autoridades israelenses.
Como represália, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma campanha militar contra o território que até agora deixou 34.488 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo islamista.
Até o momento, todas as negociações realizadas entre as partes não levaram a um acordo que inclua uma trégua, a libertação de reféns israelenses e o aporte de mais ajuda humanitária para paliar a grave crise em Gaza.
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