O número de mortos nas fortes chuvas no Rio Grande do Sul subiu para 13, no "pior desastre" climático da história do estado para onde viaja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (2).
Na noite de quarta-feira, o governo local decretou "estado de calamidade pública" na área afetada há uma semana por fortes chuvas com granizo e vendavais, que provocaram inundações e deslizamentos de terra.
O número de mortos subiu nas últimas horas com a descoberta de três novas vítimas fatais entre as relatadas no dia anterior, informou a Defesa Civil em boletim, acrescentando que 21 pessoas continuam desaparecidas.
As chuvas que atingiram 134 municípios também deixaram 12 feridos e 44.640 afetados, segundo o novo balanço.
A situação no estado é "crítica" e "será ainda pior", descreveu na quarta-feira o governador Eduardo Leite, que solicitou apoio do Poder Executivo com aeronaves e forças de resgate, diante do que descreveu como "o maior desastre climático" no Rio Grande do Sul.
Após conversar por telefone com o governador na quarta-feira, Lula afirmou que visitaria a região afetada nesta quinta-feira para verificar "pessoalmente" o trabalho conjunto.
"Perdemos tudo, toda a comida, tudo que tínhamos dentro de casa. Nossa casa tem 2 metros de altura e ainda inundou", disse Adriana Salete Gás, moradora da cidade de Santa Cruz do Sul, ao portal g1.
Mais de 5.200 pessoas estão desalojadas, segundo a Defesa Civil.
Em vídeo divulgado nas redes sociais na noite de quarta, Leite pediu aos moradores do Vale do Taquari que deixassem suas casas devido ao risco de aumento do nível da água.
- Clima hostil -
De acordo com a previsão do tempo, as fortes chuvas que provocaram estragos desde segunda-feira deverão se estender até sexta-feira (3).
Estas condições climáticas hostis dificultam os resgates.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), estão previstos ventos fortes com rajadas, descargas elétricas, granizo e chuvas "acima de 200 mm" no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
O governo gaúcho também relatou danos em estradas e cortes no fornecimento de eletricidade e água que afetaram centenas de milhares de pessoas.
As aulas foram suspensas no estado, no qual muitos municípios estão isolados, sem telefone ou internet.
A Federação Gaúcha de Futebol também suspendeu todos os jogos agendados para o próximo final de semana.
Em setembro do ano passado, pelo menos 31 pessoas morreram quando um ciclone devastador atingiu o Rio Grande do Sul.
Especialistas atribuem os fenômenos extremos, cada vez mais frequentes no Brasil, em parte à mudança climática.
Os cientistas estimam que as temperaturas globais atuais estejam cerca de 1,2ºC mais elevadas do que em meados do século XIX, causando um aumento de fenômenos como inundações, secas e ondas de calor.
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