Os Estados Unidos acusaram Ruanda de um ataque mortal a um acampamento de deslocados no leste da República Democrática do Congo e alertaram sobre o avanço das tropas daquele país e dos seus aliados rebeldes M23, o que o governo de Kigali negou neste sábado (4).

"Os Estados Unidos condenam veementemente o ataque (de sexta-feira) das Forças de Defesa do Ruanda e das posições do M23 no campo de Mugunga para pessoas deslocadas internamente no leste da República Democrática do Congo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado. 

Miller disse que os Estados Unidos estão "profundamente preocupados" com a expansão para a República Democrática do Congo das forças ruandesas e do M23, um grupo predominantemente étnico tutsi que retomou a sua campanha armada na vasta nação africana vizinha em 2021.

"É essencial que todos os Estados respeitem a soberania e a integridade territorial uns dos outros e responsabilizem todos os atores pelas violações dos direitos humanos durante o conflito no leste da RDC", afirmou. 

Os Estados Unidos apoiaram repetidamente as alegações do governo em Kinshasa de que Ruanda apoia o M23, mas a declaração de Miller equivale a um envolvimento direto e incomum.

Por sua vez, o presidente ruandês, Paul Kagame, exigiu que a República Democrática do Congo agisse contra as forças hutus - um dos três grandes grupos étnicos na área - pelos seus vínculos com os perpetradores do genocídio ruandês de 1994, que tinha como alvo principalmente os tutsis.

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