Os jornalistas da rádio e televisão pública italiana RAI iniciaram nesta segunda-feira (6) uma greve de 24 horas para defender sua "liberdade" contra as "tentativas" de transformar a emissora em um "megafone do governo" da líder da extrema direita Giorgia Meloni.

"Preferimos perder um ou mais dias de salário do que perder a nossa liberdade", afirmou o Usigrai, principal sindicato que representa os 2.000 jornalistas do grupo.

A administração da RAI acusou o Usigrai de divulgar "notícias falsas" e atuar por "motivações ideológicas e políticas".

O sindicato convocou a greve no final do mês passado, alegando, entre outras questões, "o controle asfixiante sobre o trabalho jornalístico, com a tentativa de reduzir a RAI a um megafone do governo". 

O Usigrai destacou, em particular, a decisão de "censurar" um discurso do escritor Antonio Scurati, que criticou Meloni antes do Dia da Libertação, 25 de abril, quando os italianos celebram a derrota do fascismo e do nazismo na Segunda Guerra Mundial. 

Scurati acusou o partido de Meloni de tentar "reescrever a história", ao atribuir os piores excessos do regime fascista à colaboração com a Alemanha de Adolf Hitler.

O Usigrai também reclama de outros problemas.

A Federação Nacional de Imprensa da Itália (FNSI) expressou apoio aos grevistas. Porém, um sindicato menor de jornalistas da RAI, o Unirai, condenou a greve, que chamou de "política".

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