A jornalista russa Nadejda Kevorkova foi presa e acusada de "apologia ao terrorismo" por mensagens publicadas em suas redes sociais, afirmou seu advogado nesta segunda-feira (6).
A repórter de 65 anos, que cobriu acontecimentos atuais no Oriente Médio, trabalhou para veículos de comunicação russos como Novaya Gazeta e Russia Today.
Foi "presa e será transferida hoje a um cento de detenção provisória", declarou o advogado Kaloi Ajilgov.
A questão das possíveis "restrições prévias ao julgamento serão decididas amanhã", acrescentou.
A "apologia ao terrorismo" é um crime punido com sete anos de prisão na Rússia.
Ajilgov declarou ainda que as acusações estão relacionadas a duas mensagens publicadas na conta da jornalista no Telegram entre 2018 e 2021.
Uma delas fazia referência ao Afeganistão e outra transmitia uma publicação sobre o atentado em Nalchik, uma cidade no Cáucaso russo onde grupos islâmicos atacaram prédios públicos em 2005.
O ex-marido de Nadedja, Maxim Shevchenko, que apresenta um programa na televisão pública, rejeitou as acusações contra a jornalista.
"Ela nunca justificou o terrorismo e nunca justificou o ataque em Nalchik. Mas como jornalista, escreveu sobre tortura durante a investigação", acrescentou Shevchenko.
A campanha para reprimir qualquer voz dissidente, já em curso na Rússia há anos, se intensificou desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, há mais de dois anos.
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