Nove corpos foram encontrados nesta terça-feira (7) em uma avenida da cidade mexicana de Fresnillo, no estado de Zacatecas (norte), em meio a uma escalada de violência desencadeada após a captura de supostos criminosos, informaram as autoridades.
Junto aos corpos, foram deixadas "mensagens dirigidas a um grupo antagônico", relatou o secretário de governo do estado de Zacatecas, Rodrigo Reyes, em suas redes sociais.
Fresnillo, com cerca de 240 mil habitantes, está situado em uma rota do narcotráfico disputada pelos cartéis mais poderosos do México, o de Sinaloa e o Jalisco Nova Geração, segundo as autoridades.
Os nove corpos foram jogados perto de um mercado dois dias depois que grupos criminosos bloquearam estradas e queimaram veículos de carga em resposta à captura de 13 supostos criminosos em Fresnillo.
Outros 13 foram detidos na segunda-feira na continuação de operações realizadas por forças da ordem nessa e em outras localidades de Zacatecas, resultando em dois novos bloqueios de estradas nesta terça-feira de madrugada, detalhou o secretário de governo.
"A situação está sob controle", assegurou Reyes, que no entanto pediu "circular com precaução" devido às operações em andamento.
Segundo uma pesquisa governamental, 96% da população de Fresnillo teme ser vítima de criminalidade, tornando-o o município com a maior percepção de insegurança do México.
O país acumula cerca de 450 mil homicídios e mais de 100 mil desaparecidos desde que em 2006 o Estado lançou uma ofensiva antidrogas com participação militar.
A insegurança é um dos eixos da campanha para as eleições presidenciais de 2 de junho, cuja intenção de voto é liderada confortavelmente pela governista de esquerda Claudia Sheinbaum, à frente da opositora de centro-direita Xóchitl Gálvez e de Jorge Álvarez Máynez (centro-esquerda), segundo pesquisas.
Sheinbaum se compromete a dar continuidade à abordagem do presidente Andrés Manuel López Obrador, que segundo ele privilegia atacar as causas da violência, como a pobreza e a exclusão, antes da guerra frontal contra os cartéis.
Pelo contrário, Gálvez promete capturar os grandes chefões do tráfico e assim acabar com a estratégia de "abraços, não tiros", como López Obrador batizou sua política de segurança.
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