O Catar pediu nesta quarta-feira (8) uma ação da comunidade internacional para impedir um "genocídio" em Rafah, depois que Israel tomou o controle da passagem de fronteira da localidade do sul da Faixa Gaza com o Egito e ameaçou iniciar uma operação em larga escala.
Rafah se tornou um refúgio para 1,4 milhão de palestinos, sete meses após o início do conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas, que governa o território.
O Estado do Golfo, que atua como mediador entre Israel e o Hamas, fez um apelo em um comunicado por uma "ação internacional urgente para impedir que a cidade seja invadida e que um crime de genocídio seja cometido".
O Exército israelense intensificou os ataques aéreos nesta quarta-feira em diferentes pontos da Faixa de Gaza, em particular em Rafah, para onde enviou tanques na terça-feira, dia em que assumiu o controle da passagem de fronteira com o Egito.
Doha criticou nesta quarta-feira a tomada deste ponto estratégico e condenou com "veemência" os bombardeios contra a cidade. Dezenas de milhares de famílias abandonaram os bairros da zona leste de Rafah após um aviso do Exército israelense, antes de uma possível operação terrestre.
As manobras israelenses em Rafah acontecem ao mesmo tempo em que prosseguem no Cairo as negociações com os mediadores egípcios, cataris e americanos. As conversações visam um novo cessar-fogo e a libertação dos reféns israelenses mantidos em cativeiro no território palestino.
O conflito eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islamistas invadiram o sul de Israel, assassinaram 1.170 pessoas e sequestraram quase 250, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses.
Israel calcula que, após uma troca de reféns por presos palestinos durante uma trégua em novembro, 128 pessoas permanecem sequestradas em Gaza, das quais teme que 36 foram mortas.
Após o ataque, Israel iniciou uma ofensiva de represália que matou mais de 34.700 pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.
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