Um tribunal de Londres condenou nesta quinta-feira (9) à prisão perpétua o líder de um grupo de homens julgados por terem realizado mutilações, incluindo castrações, filmadas e transmitidas em um site pago. 

Marius Gustavson, de 46 anos, foi processado por uma série de crimes relacionados com "modificações corporais extremas" de 13 vítimas, incluindo o próprio acusado, assim como pelo roubo e comercialização de determinadas partes do corpo das vítimas, além de publicar vídeos desses eventos na Internet. 

Gustavson criou um site pago, que teve 22 mil assinantes, arrecadando quase 300 mil libras (quase US$ 375 mil ou R$ 1,9 milhão), entre 2017 e 2021.

Embora as vítimas tenham aparentemente consentido em submeter-se a estas mutilações, alguns dos acontecimentos ocorridos foram "quase uma carnificina humana", disse o juiz Mark Lucraft, ao proferir a pena de prisão perpétua, da qual o acusado deve cumprir pelo menos 22 anos de prisão. 

De acordo com a decisão, Marius Gustavson foi o mentor deste empreendimento de "grande escala" e em uma ocasião chegou a cozinhar "testículos humanos, que eram colocados em um prato para serem comidos". 

Gustavson, de origem norueguesa e residente no norte de Londres, cortou o próprio de pênis e a própria perna.

Após denúncia de uma vítima à polícia, além de Gustavson, outros seis homens foram presos em Londres, Escócia e País de Gales. 

Todos foram processados no tribunal de Old Bailey, em Londres, por conspiração para cometer lesões corporais graves. 

Depois de admitirem os fatos, os seis homens foram condenados a penas de quatro anos e meio a doze anos de prisão. 

Durante o julgamento, o advogado de Marius Gustavson, Rashvinderjeet Panesar, disse que o seu cliente foi movido pela necessidade de ser "o arquiteto do seu próprio corpo" após o fracasso do seu casamento em 2016.

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