Socorristas e voluntários continuam neste sábado (11) as operações de resgate e assistência apesar da nova onda de chuvas torrenciais no sul do Brasil, onde o número de vítimas das enchentes continua aumentando.

As inundações causadas pelos volumes históricos de água que caíram desde o final de abril no Rio Grande do Sul afetaram quase dois milhões de pessoas, com um balanço de 136 mortos e 756 feridos, informou a Defesa Civil.

Cerca de 125 pessoas seguem desaparecidas e mais de 410 mil tiveram que deixar suas casas devido à catástrofe, que especialistas da ONU e do governo brasileiro atribuem às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño.

De acordo com a Confederação Nacional de Municípios, a violência das águas danificou ou destruiu mais de 92 mil residências.

As autoridades estão em alerta e intensificam as mensagens à população para não retornar aos locais em risco, depois que as chuvas voltaram com força desde sexta-feira na capital Porto Alegre e outras áreas já afetadas do estado.

As chuvas torrenciais reduziram significativamente o fluxo de embarcações para as áreas atingidas, onde muitos moradores permanecem em suas casas com medo de saques, observou a AFP.

No entanto, os civis que lideram essas operações continuam chegando aos pontos de embarque, onde carregam doações de água, comida e medicamentos para distribuir pela água às casas ainda habitadas.

Nas ruas alagadas do bairro de São João, bombeiros e voluntários equipados com jet skis e botes infláveis continuavam trabalhando sob a forte chuva.

Enquanto isso, por toda a cidade, uma cena se repetia: caminhões de sucção drenavam a água enlameada que invadiu os edifícios.

Apesar das novas chuvas, os habitantes tentam retomar uma certa normalidade. Nas áreas centrais de Porto Alegre, a cada dia que passa mais lojas e restaurantes reabrem.

Mas o fornecimento de água limpa continuava interrompido, então caminhões-pipa cruzavam a cidade constantemente para abastecer abrigos, hotéis e outras instalações.

- Rios baixando -

A situação climática deve permanecer crítica na região, com chuvas intensas e tempestades isoladas que devem continuar até o início da próxima semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, que alertou para o risco de "inundações e descargas elétricas".

"Toda essa umidade será muito persistente", disse a meteorologista Cátia Valente, que advertiu sobre a chance de novos deslizamentos no litoral norte e na serra gaúcha.

De acordo com as previsões, as chuvas mais fortes devem ocorrer entre domingo e segunda-feira.

Vários rios, como o Uruguai, o Guaíba e o Jacuí, além da Lagoa dos Patos, ainda estavam transbordando, mas seus caudais estão baixando o nível da água, informou o governo estadual.

O Guaíba, um corpo hídrico que banha Porto Alegre, chegou a 4,58 metros na manhã deste sábado pela primeira vez desde 3 de maio.

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