O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi baleado e levado de helicóptero a um hospital nesta quarta (15/5). Quatro tiros teriam sido disparados após uma reunião de governo que ocorreu na cidade de Handlová, localizada a 190 km da capital do país, Bratislava. Fico foi atingido no abdômen, segundo uma rede de TV local. Um suspeito do foi preso.
Segundo o site de notícias Aktualít, algumas pessoas esperavam Fico do lado de fora do local da reunião. Apenas um homem fazia um protesto, segurando um cartaz. Não foi informado se a manifestação tem alguma ligação com o tiroteio.
A presidente Zuzana Caputová condenou o ataque e desejou uma rápida recuperação. "Estou chocada. Desejo muita força ao Roberto Fico neste momento crítico para se recuperar do ataque”. "Acreditamos que o primeiro-ministro Fico ficará bem e que este terrível ato será esclarecido o mais rapidamente possível", escreveu o membro do Conselho Nacional Eslovaco Michal imeka em uma rede social.
O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, se manifestou, dizendo que a notícia é um "choque" e desejou que o colega se recupere rapidamente. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse "condenar fortemente o ataque". A Eslováquia integra a União Europeia desde 2004.
Robert Fico foi eleito em setembro de 2023 com uma plataforma pró-Putin, contra a ajuda da União Europeia e da Otan à Ucrânia. O país faz parte da Otan – a Organização Militar do Atlântico Norte, a aliança militar do Ocidente. Por isso, seu posicionamento é importante.
O partido de Fico é o Direção Social-Democracia (Smer-SSD), considerado nacionalista e conservador, criticando o liberalismo social, que diz ser imposto a partir de Bruxelas. Ele já deu declarações contra o casamento homoafetivo e adoção de crianças por pais LGBTs. Do ponto de vista econômico, Fico é tido como trabalhista, tendo implementado pontos como o direito a aviso prévio e mais poder aos sindicatos.
Fico já havia sido premiê em outros dois períodos, entre 2006 e 2010, e entre 2012 e 2018. Na última vez, ele renunciou ao cargo por pressão da oposição, após a morte de um jornalista que investigava a corrupção no governo.